segunda-feira, junho 29, 2009

Bom exemplo

O texto que Henrique Neto enviou a
Rui Tavares (www.ruitavares.net/blog)
a propósito do "Manifesto dos 28"
demonstra bem que não é sério
lançar anátemas levianos ou conotações imediatistas a todos os defendem e exercitam um pensamento livre, autónomo e independente.

Sem título


Luís Pinto-Coelho
Sem título
Banco Espírito Santo, Espanha
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domingo, junho 28, 2009

Um abraço para ti


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Caro António Cabós:
Não conversámos nas últimas semanas.
Da última vez que nos encontrámos, voltaste a manifestar a desilusão e a descrença pela evolução recente do PS - nacional e local.
Percebi que estarias de saída - na qualidade de filiado - do partido que co-fundaste no nosso Barreiro, escassos dias após aquela madrugada libertadora.
Disseste-me que, pelo menos enquanto filiado, nunca enveredarias pela crítica pública desabrida e agressiva.
Soube há alguns dias, casualmente, enquanto percorria alguns blogues, que enviaste finalmente a carta para a Sede Nacional do PS, com aviso de recepção na antevéspera das "Europeias".
Calculo que não te terá sido nada fácil.
Sobre o teu percurso politico-partidário não tenho qualquer juízo ou comentário para emitir. Mas apetece-me dizer que vejo em ti, António Cabós, um emérito cidadão barreirense, intelectualmente estimulante, civicamente avançado. E um Amigo.
Um abraço par ti,
Zé Paulo Calhau
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51 a 28


Depois dos "28" foi agora a vez do "Manifesto dos 51".
Seja bem-vindo!

Estes são - admite-se - tão sérios como os primeiros.
Igualmente preocupados com o país - assumem-no.
Reconhecidos - ambos - no meio universitário.
Sinceros nos seus diagnósticos - presume-se.
Determinados - há que reconhecê-lo - nas soluções.

Portugal precisa disto.
De confronto.
E de contraditório.

Portugal dispensa maniqueísmos.
Portugal dispensa os profetas da verdade absoluta.
Portugal dispensa os paladinos da mentira recorrente.

Na classe política, retirados uns e outros, não sobram muitos.
Sérios. Competentes. Disponíveis.
Qual o seu lugar? Qual a sua missão? Qual o seu destino?
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De Brooklyn



TWO WEEKS do recém-lançado VECKATIMEST.
Um dos dos bons álbuns pop-rock de 2009.
São os GRIZZLY BEAR.
De Brooklyn.

sábado, junho 27, 2009

Porquê?

Parece que voltou a mentir.

Já poucos acreditarão.

É o descrédito.

Total. Final.

Porque não vai... embora?

Esta gente...


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"Esta gente é um nojo".
Disse ele. Ontem. Na SIC Notícias.
Em conversa com Mário Crespo.
Cada vez mais descrente de quase todos (os políticos).
Ele. Mas também eu!
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Brotas



Sábado.
Tarde de Verão.
Alentejo profundo.
A distância de outrora é agora diferente.
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Percorri os jornais cuja consulta diária não dispenso.
Ouvi a "Hora do Bolo" e os "Discos Voadores" na RADAR.
Visitei o ROSTOS.
Revi a tese com o meu mestrando.
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Bendita sejas. Internet.
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quinta-feira, junho 25, 2009

Homónimos


"Janelas Coloridas"
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Este é fotógrafo.
Gosto do trabalho de Paulo Calhau.
Não sou expert na matéria.
Mas o filtro flood utilizado parece bem conseguido.
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A mentira da verdade


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A insistência com que o PSD de Manuela Ferreira Leite vem falando de "Política de Verdade" incopora - ou pode incorporar - dificuldades, distorções, entorses ao pensamento democrático, aspecto que o professor universitário João Cardoso Rosas desmontou de forma inteligente, honesta e certeira no i de hoje.
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Dois excertos:
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... A história das ideias mostra que aqueles que reivindicaram a totalidade da verdade foram sempre contra a democracia. O nazi-fascismo considerava deter uma verdade incontestável sobre a pureza rácica e a consequente autorização para o genocídio. O socialismo científico considerava-se autorizado a exercer todas as violências contra aqueles que se atravessassem no caminho do processo histórico que levaria à sociedade comunista. Trata-se de dois casos extremos e não equiparáveis ao do PSD de Ferreira Leite, como é óbvio. No entanto, precisamente pelo seu extremismo, estes casos mostram com especial clareza a perversidade da reivindicação do monopólio da verdade.
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... Em suma: uma estratégia consequente com o respeito pela verdade empírica e pelo pluralismo democrático consiste em ser sério na discussão dos factos e em apresentar projectos alternativos aos dos adversários - mas não em atribuir-se a si mesmo a totalidade da verdade, empírica ou política. Reivindicar o monopólio da verdade equivale, em última instância, a mentir sobre o carácter intrinsecamente argumentativo e pluralista da democracia.
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Pode ler o texto na íntegra em
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The answer...



Também ele era, então, uma voz livre

Direito de resposta



O Sr. João Veiga respondeu no ROSTOS www.rostos.pt/ ao meu texto "Visto do alto da Torre".
Como é facilmente admissível, muitos dos leitores deste blogue não têm contacto regular ROSTOS, pelo que julgo da mais elementar justiça que as suas palavras também aqui tenham espaço.
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Carta ao Director - Direito de Reposta
Resposta ao artigo de Paulo Calhau
De acordo com o direito de resposta que a Lei me confere, venho defender o meu bom nome, mencionado na crónica publicada no dia 21 de Junho e assinada pelo Sr. Paulo Calhau, intitulada de "DESPORTO À PORTUGUESA - Visto do alto da Torre”.
Neste artigo é feita uma referência à minha pessoa e que passo a destacar:“…Outro, por sinal oriundo da nossa cidade, voltou a prejudicar o FC Barreirense. Como já observei tantas e tantas vezes. O Sr. João Veiga não gosta do FC Barreirense. Está no seu direito. Mas não tem o direito de nos prejudicar - recorrentemente. Parece estar bem relacionado no meio arbitral. Tanto melhor para ele. Tanto pior para o meu clube. Até quando?"
Assim, na sequência destas ofensivas acusações, cabe-me responder o seguinte:
Apesar de ter nascido em Lisboa, considero-me Barreirense, pois foi nesta cidade que cresci e fiz grande parte da minha vida. Vesti a camisola do Futebol Clube Barreirense, facto que muito me honrou, e foi o clube onde comecei a dar os primeiros passos no basquetebol. Tenho muito orgulho no meu passado e admiro todos os clubes pelo trabalho meritório que fazem e o FC Barreirense é um deles, nomeadamente no basquetebol. No exercício da actividade de árbitro, ao longo de 18 anos, 9 dos quais no patamar mais elevado da arbitragem nacional, tenho pautado a minha acção com respeito pelos restantes intervenientes do jogo e por desenvolver as capacidades que um árbitro deve possuir. Graças a esse trabalho e muita dedicação sou o único árbitro Setubalense que actua na competição máxima em Portugal, a Liga Portuguesa de Basquetebol.
Relaciono-me com todas as pessoas do basquetebol, e apesar de ser árbitro, tenho muitas amizades espalhadas na modalidade e algumas delas com pessoas que usam ao peito o emblema do FC Barreirense.
Exerço a referida função com gosto e todos os jogos são encarados de forma séria e respeitosa para com os praticantes e treinadores, seja de que clube for e de que escalão ou sexo, porque no meu desempenho como árbitro tenho obrigação de actuar para que todos sejam tratados de igual forma e para que o vencedor seja justo e merecido.
No Torneio Nacional de Sub-14 a que se refere o Sr. Paulo Calhau, actuei em 4 jogos, e em 2 participou a equipa do FC Barreirense, tendo em um deles vencido o FC Porto por 7 pontos e no outro perdido por 3 pontos com a equipa que viria a sagra-se campeã nacional, o Ginásio, que saiu invicto da Torre da Marinha. Certamente existiram erros por parte da equipa de arbitragem, pelos quais nenhum juiz se orgulha, mas que resultaram da análise imediata das acções do jogo e não de uma suposta intenção para que assim fosse.
Neste contexto, não entendo o facto de se colocar a atenção no árbitro, ainda por cima generalizar a actuação no mesmo classificando-a de “recorrente”.
O FC Barreirense necessita mais dessa atenção do que eu.
Como agente activo no desporto, pugno pelas boas práticas e pela justiça da competição desportiva. Não abdico da defesa do jogo em benefício de interesses particulares!
Certamente o autor da crónica terá as suas razões para manifestar tal opinião, que respeito, mas que nunca podem colocar em causa a abnegação que ponho nas coisas que faço.
É desta forma que sou e continuarei a ser árbitro de basquetebol!
João Veiga
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Como tenho toda a legitimidade e liberdade para exprimir as minhas opiniões, respondi ao Sr. João Veiga da seguinte forma:
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Efectivamente "o autor da crónica terá as suas razões para manifestar tal opinião".
Se não as tivesse, e se não as sentisse como legítimas, não as teria expresso, com clareza e frontalidade.
Eu escrevi e assumi, com rosto e com nome, aquilo que muitos observam recorrentemente, mas que razões e compromissos vários impedem de expressar livremente.
Argumentar que o meu clube até ganhou ao FC Porto por 7 pontos para pôr em causa a justeza das minhas palavras é um… não argumento. Aqueles que acompanham de perto o fenómeno desportivo sabem bem que assim é.
Melhor seria que no futuro, e dentro das quatro linhas, o Sr. João Veiga demonstrasse que não tenho razão. As minhas palavras deixariam então de fazer qualquer sentido. Até lá…
Paulo Calhau
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segunda-feira, junho 22, 2009

Anagrama



NICO.
Christa Paffgen (Colónia, 16/10/1938 - Ibiza, 18/7/1988).
O pseudónimo é um anagrama de ICON (ícone).
Atribuído por Andy Warhol.
Foi o grande nome dos Velvet Underground. Mas não só.
Na semana passada ouvi-a na RADAR.
"The Fairest of the Seasons" do Álbum Chelsea Girl.
Corri a comprar o CD.
Não quis acreditar no ano de publicação - 1967.
Fantástico!
De facto, a intemporalidade acompanha a grande música.
Concordam?
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Porque hoje é segunda...



domingo, junho 21, 2009

Visto do alto da Torre



«Na Holanda, quando pelo Ajax, ganhava ao Feyenoord, davam-me os parabéns. Em Espanha, quando, no Barcelona, ganhava ao Real Madrid, diziam-me … obrigado!»
Declaração de Johan Cruyff, reproduzida por Luís Freitas Lobo na edição de ontem do semanário EXPRESSO

TORRE DA MARINHA
Faz hoje uma semana que aí se disputou a fase final do Campeonato Nacional de Basquetebol - escalão de sub-14 anos.
Presentes cinco equipas: FC Porto, Ginásio Clube Figueirense, Seixal FC, FC Barreirense e União Sportiva (representante da Região Autónoma dos Açores).
Ausente desta “Final a 6” a equipa da Madeira. Lamenta-se esta ausência. A falta de apoios financeiros para a deslocação ao continente privou um conjunto de jovens de um prémio certamente merecido e de uma experiência porventura inesquecível.
O Governo Regional da Madeira apoia o desporto profissional “madeirense” com verbas enormes, obscenas. Suporta gastos desmesurados com o futebol do Marítimo e do Nacional, mas também com outras equipas profissionais de futebol e de outras modalidades.
Compreende-se mal que num “oceano” financeiro tão vasto, a “gota de água” que representaria a deslocação ao concelho do Seixal do Clube Amigos do Basket tenha sido tão maltratada. Não dá votos, pois não? Não mergulha nos jogos de interesse político-partidários locais, pois não?
Parece que gente pouco recomendável dirige e protagoniza o desporto profissional madeirense. Alberto João Jardim não deve estar muito preocupado com isso. É gente “sua”. Tanto que ele gosta disso…

GINÁSIO FIGUEIRENSE
O vencedor.
Não é um clube muito presente nestas fases finais. Não tem um projecto formativo muito forte. Não assenta a sua equipa sénior profissional num número minimamente significativo de atletas oriundos da formação. E a “promessa” Bento Cardoso tarda em afirmar-se.
Desta vez teve um estratega de jogo preponderante - Pedro Marques. De muita qualidade. Individualista, mas desiquilibrador. E decisivo.
No banco, um líder. Luís Dionísio. Calmo, sereno e disciplinado. Como gosto de ver. Velha glória do clube, que após a Revolução de Abril veio de Moçambique para Portugal. Como tantos outros jogadores de eleição. Quem não recorda com saudade os nomes de Carlos Lisboa, Eustácio, Mário Albuquerque, Nelson Serra e Rui Pinheiro? Para só citar alguns. Eles acrescentaram inequívoca qualidade ao basquetebol “metropolitano”.

BARREIRENSE BASKET
Classificado em 3º lugar. Duas vitórias e igual número de derrotas, tal como o Seixal FC e o FC Porto.
Boa participação. Disseram-me que a equipa teve um percurso evolutivo magnífico desde o início da época. Disseram-me também que os seus responsáveis técnicos António Raminhos e Luís Oliveira ficaram particularmente orgulhosos com o trabalho desenvolvido e com a progressão individual e colectiva dos “seus meninos”.
Num balanço final à época, e relevando apenas os resultados desportivos, há que dizer que o Barreirense Basket esteve em muito bom plano: 6º lugar na Liga Portuguesa de Basquetebol e semi-finalista da Taça de Portugal - escalão sénior. Único clube presente nas quatro fases finais dos escalões masculinos de formação - campeão nacional de sub-20, 2º classificado em sub-18 e 3º classificado em sub-16 e sub-14. Parabéns! 

RICARDO SAMPAIO
Conheci-o com escassos dias de vida. Esteve internado no Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta. Acompanhei-o durante muitos anos em consulta.
Mais tarde soube que o Ricardo, já atleta de minibasket do FC Barreirense, residindo em Palmela e deslocando-se ao Barreiro expressamente para treinar, era filho de um dos irmãos Sampaio que eu vira jogar no velho Ginásio-Sede do FC Barreirense, em representação do Sport Algés e Dafundo, um histórico do basquetebol português.
Acontece que o Ricardo, estudando agora num colégio da capital, é ainda hoje atleta do FC Barreirense. Vi-o na fase final da Torre da Marinha. Estive com sua mãe, indefectível apoiante de um clube que lhe diz muito, nomeadamente pelo que tem representado para o crescimento cívico e desportivo de seu filho. É bonito, não é?

PAVILHÃO DA TORRE DA MARINHA
Localização contra-natura. Estrutura magnífica. Polivalente.
Já o conhecia, desde o momento em que organizei um dia de convívio lúdico e desportivo com crianças afectadas por spina bífida e que são acompanhadas no Núcleo de Spina Bífida do hospital onde exerço a minha actividade profissional desde o já longínquo ano de 1991.
Recordo que falei então com um dos responsáveis pelo pavilhão. Coloquei-lhe algumas questões mais técnico-financeiras. O meu interlocutor inquiriu-me do porquê do meu interesse. Respondi-lhe que o meu clube sonhava construir um pavilhão desportivo e que eu integraria uma comissão criada expressamente para esse efeito. Sabem para que aspecto me alertou muito em particular? Para os elevadíssimos custos de manutenção daquela obra de propriedade municipal mas com gestão partilhada com o Independente Futebol Clube Torreense. Para reflectir…

SOPRADOR
Um bom amigo designa os árbitros de basquetebol com este epíteto sempre que a sua prestação lhe merece reparos. Também ele exerceu actividade em tempos já distantes. Sabe do que fala.
Na Torre da Marinha, nem tudo correu bem com a arbitragem. Um dos “sopradores” chegou a ter gestos obscenos para a bancada onde se situavam adeptos do Seixal FC. Lamentável!
Outro, por sinal oriundo da nossa cidade, voltou a prejudicar o FC Barreirense. Como já observei tantas e tantas vezes. O Sr. João Veiga não gosta do FC Barreirense. Está no seu direito. Mas não tem o direito de nos prejudicar - recorrentemente. Parece estar bem relacionado no meio arbitral. Tanto melhor para ele. Tanto pior para o meu clube. Até quando?

DISCIPLINA
Sempre presente por parte dos atletas nos jogos que presenciei. São, quase sempre, a parte mais sã do fenómeno desportivo, sobretudo a este nível etário.
Já o mesmo não se pode dizer da atitude grosseira, insultuosa e provocadora de alguns pais. Vi algumas caras já conhecidas - por más razões - oriundas da outra margem do afluente do Tejo que nos banha. É pena. Não prestigia o desporto, não dignifica o emblema que assumem com tanta e tão perversa paixão. Problema deles. Mas também de todos nós…

[Texto publicado em Rostos Online, www.rostos.pt]
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quinta-feira, junho 18, 2009

Eu sei lá

Pode alguém ser quem não é?


Metamorphosis of Narcissus
Salvador Dali (1937)
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Parece que José Sócrates quis mudar.
Mostrar que está diferente.
Ou, pelo menos, parecer diferente.

É tarde.
Despropositado.
E inútil.

Os portugueses estão fartos dele.
Os que não foram às urnas - imensos.
Quem não votou PS - muita gente.
E, especulo, uma parcela do seu eleitorado de 7 de Junho.

Sobram poucos.
Ou, dito de outra forma, não restam muitos.
Uns por convicção. Outros por carreirismo político.

O debate intra-partidário foi - ao que parece - secando.
O espaço para a crítica foi - dizem - minguando.
O pântano foi - admito - crescendo.

Já se terá visto um cenário semelhante noutros tempos.
Com outros actores.
Do PS como do PSD.
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Houve Congresso em Fevereiro? Houve.
Para reflectir? Para corrigir? Não parece.
Então... serviu para quê? Para nada, ou muito pouco.
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Erros na governação? Haverão sempre.
Tendência para o autismo? Também.
Temor pela crítica? Ai, ai.
Agressividade e intolerância? Depende.
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assessores de imagem? Sim.
Comissões políticas? Obviamente.
Tácticas e estratégias colegiais? Não sei.
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Muitos calaram? Foi pena.
Pensam mais neles que no seu partido.
Esperam pela sua vez.
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Outros objectaram? É verdade.
Mas que significam? Que mais-valia representam?
Hum...
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Agora é tarde.
Metamorfose no estilo? Soa a falso.
Remodelação governamental? Seria patético.
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Resta ao PS uma só via...
Dramatizar!
Contra a ameaça da ingovernabilidade.
Contra os perigos de certa esquerda.
Contra...
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O resultado? Uma incógnita.
Às vezes dá.
Outras vezes não.
Creio que é esta hipótese que vai ocorrer em Outubro.
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domingo, junho 14, 2009

Aliança ressuscitada?

«... admito que uma coligação pós-eleitoral PSD-CDS/PP seria a solução politicamente mais consistente em termos de coesão e estabilidade governativa, numa perspectiva de um governo para uma legislatura.»
(excerto de post aqui publicado em 8 de Junho)
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A questão da estabilidade governativa não me é, de todo, secundária. Bem pelo contrário.
Receio que em Outubro próximo venha a ser difícil constituir um governo maioritário, assente numa plataforma de entendimento razoavelmente coerente e consistente.
Não me revejo politica nem ideologicamente numa solução que de alguma forma ressuscite, ainda que com novos matizes, a Aliança Democrática que se ergueu há 30 anos sob o impulso de Francisco Sá Carneiro, Diogo Freitas do Amaral e Gonçalo Ribeiro Teles.
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As palavras que redigi na ressaca eleitoral das "europeias" não pretenderam obviamente colocar-me numa qualquer perspectiva de apoio a essa eventual solução. Mas não escondo que a sua viabilidade me parece agora mais forte, passados que estão escassos dias.
Como seria de esperar, o PCP veio reafirmar posições já sobejamente conhecidas, ódios antigos, sectarismos bolorentos. E o Bloco de Esquerda, pela voz de Francisco Louçã, rapidamente esclareceu que se está a preparar para governar. Não sendo com o PS, como ficou bem claro na conversa com Ana Sá lopes ao diário i, não se percebe com quem será e muito menos quando será.
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A entrevista de hoje de Paulo Rangel ao DN, onde se aborda com simpatia uma coligação pós-eleitoral PSD-CDS/PP - embora com a reserva de ser uma posição individual do entrevistado (será apenas isso?) - vem de alguma forma "clarificar as águas".
E vem fazê-lo de uma forma que me parece muito importante. Porque o eleitorado saberá antecipadamente que, em caso de maioria parlamentar, os dois partidos do centro-direita estarão disponíveis e empenhados numa solução governativa para Portugal. E, também, porque poderá constituir-se como um importante factor decisório para um grupo de eleitores que não sei quantificar - mas que julgo muito expressivo -, que não tem qualquer ligação "sentimental" profunda com o PS ou o PSD, que já votou - e voltará a fazê-lo - em qualquer um destes dois partidos.
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A perspectiva de uma nova "Aliança Democrática" não deixará de constituir - juntando-se a tantas outras - mais uma dor de cabeça para o PS.
Como conseguirá José Sócrates enfrentar e afrontar aquela "ameaça"? Que estratégia será utilizada pela direcção do PS?
Julgo que será um combate muito difícil, de desfecho incerto. Tentarei explicar, mais tarde, porque o entendo assim.
Bom resto de domingo. E boa semana.
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sábado, junho 13, 2009

Viver, viver, viver



Os amigos - HUMANOS - não se esqueceram dele.
António Variações
(3 de Dezembro de 1944 - 13 de Junho de 1984),

sexta-feira, junho 12, 2009

Jamais


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Obrigado Ana Sá Lopes!
Finalmente a entrevista. Com o grande educador Louçã.
Hoje. No i.
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A habitual inteligência. O verbo fácil.
A soberba do costume. As certezas de sempre.
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Portugal fora da NATO. Nacionalizações.
Coligações com o PS? Jamais.
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Então...
Asunto encerrado. Não se fala mais disso.
Com ou sem Sócrates. Perdão: com Alegre... talvez.
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quinta-feira, junho 11, 2009

"Sociologando"



Sociologicamente falando - desculpem a presunção expressa por um simples licenciado em Medicina -, julgo que na população urbana - aquela que melhor julgo conhecer - o eleitorado PS está claramente distanciado do BE e, sobretudo, do PCP. De igual forma, diminuta me parece a possível idiossincrasia política entre os eleitores "centristas" e os socialistas, para lá - bem entendido seja - de valores fundamentais como o da Democracia e do Estado de Direito.
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No post "Governabilidade" de 8 de Junho, não considerei a possibilidade de uma coligação governamental PS-CDS/PP, a sair das próximas eleições legislativas. Experiência que já teve concretização no passado e que ainda hoje António Arnault relembrou com alguma nostalgia - pasmam-se? - que se justifica pela sua integração nesse elenco, onde implementou os fundamentos do actual Serviço Nacional de Saúde.
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O II Governo Constitucional de Portugal, cuja formação resultou de um acordo de incidência parlamentar entre o PS e o CDS, teve uma existência efémera. Tomou posse a 23 de Janeiro de 1978 e cessou funções a 29 de Agosto do mesmo ano.
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Recordo a sua composição:
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Primeiro-Ministro Mário Soares
Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro António de Almeida Santos
Ministro da Defesa Nacional Mário Firmino Miguel
Ministro das Finanças e Plano Vítor Constâncio
Ministro da Justiça José Santos Pais
Ministro da Administração Interna Jaime Gama
Ministro dos Negócios Estrangeiros Victor Sá Machado
Ministro da Reforma Administrativa Rui Pena
Ministro da Agricultura e Pescas Luís Saias
Ministro da Indústria e Tecnologia Carlos Melancia
Ministro do Comércio e Turismo Basílio Horta
Ministro do Trabalho António Maldonado Gonelha
Ministro da Educação e Cultura Mário Sottomayor Cardia
Ministro dos Assuntos Sociais António Arnault
Ministro dos Transportes e Comunicações Manuel Ferreira Lima
Ministro da Habitação e Obras Públicas António Sousa Gomes
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Hum... que diferença na estatura política, intelectual e técnica com o actual Governo de José Sócrates.
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Adiante.
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Regressando às analogias entre eleitorados urbanos, creio que uma parte significativa do eleitor do centro (PSD) e da esquerda democrática (PS) - o não militante (!) - tem uma proximidade ideológica bem mais assertiva. O mesmo já não se passará entre os núcleos duros da respectiva militância.
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É esse primeiro grupo que oscila na sua opção entre eleições e que as decide em termos de partido maioritário. E que em situação de impasse - probabilidade cada vez mais óbvia - poderia conceder algum élan a uma solução de tipo "Bloco Central".
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Que servirá isto em Outubro-Novembro?
Não sei.
Com José Sócrates e Manuela Ferreira Leite candidatos a Primeiro-Ministro admito que muito pouco.
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De Bénard a Barreto. Eu quero abraçar


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João Bénard da Costa, recentemente falecido, foi um intelectual de enorme qualidade e prestígio.
Os discursos que, em anos sucessivos, proferiu nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, foram sempre marcados por uma invulgar qualidade literária e por uma indiscutível profundidade conceptual.
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Ontem, na Santarém de Salgueiro Maia, um outro destacado intelectual, por quem não me canso de explicitar um respeito e admiração imensos, foi parcialmente diferente do seu antecessor.
António Barreto foi igualmente inteligente. Mas distinto na forma e no conteúdo. E claramente mais directo e... eficaz.
Três excertos do seu magnífico discurso ilustram na perfeição o que acabo de exprimir:
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«Fizemos a democracia, mas não somos capazes de organizar a justiça. Alargámos a educação, mas ainda não soubemos dar uma boa instrução. Fizemos bem e mal. Soubemos abandonar a mitologia absurda do país excepcional, único, a fim de nos transformarmos num país como os outros. Mas que é o nosso. Por isso, temos de nos ocupar dele. Para que não sejam outros a fazê-lo»
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«Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais.
Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses necessitam de exemplo, bem mais do que de sermões.
Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os portugueses serão mais sensíveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo.
Pela liberdade e pelo respeito devido aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes»
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«Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir»
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O Público destacou a prestação de do orador na sua edição de hoje :
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«Mais do que um discurso, a intervenção de António Barreto no 10 de Junho foi um repto à consciência dos portugueses, um retrato dos muitos males que, apesar dos progresso, ainda afectam o país e as suas estruturas.
Vários dos "acusados" estavam presentes, outros em casa, alheios ou atentos.
Ele pediu a cultura do exemplo.
Quem a abraçará?»
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Eu quero abraçar.
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Cada um com seu jeito



Antes, podia ter sido a Bethania.
Não. Ela não podia ficar de fora.

Mais Brasil



Nunca mais chega o dia...

Teu caçador



«Sou fascinado pela minha família, acho que eu não poderia ter tido mais amor, educação e liberdade em nenhuma outra família no mundo. Eles moldaram a minha vida. Meu primeiro instrumento foi uma harmônica dada pela minha avó. Ela me deu um acordeão, e foi aí que minha vida musical começou»
Milton Nascimento
(1942-...)

quarta-feira, junho 10, 2009

Sempre a tempo


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O homem que há vinte anos recusou conceder a Salgueiro Maia uma pensão «por serviços excepcionais ou relevantes prestados ao pais» e que pouco depois o fez a dois inspectores da PIDE, redimiu-se hoje de um erro clamoroso e infame.
Fê-lo porque as cerimónias do 10 de Junho se realizaram hoje em Santarém? Por outra razão mais substantiva? Que importa isso agora?
Mais vale tarde que nunca. Correcto.
Mas... melhor fora que tivesse sido no momento certo.
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terça-feira, junho 09, 2009

Não acredito. Não calo



Primeira confissão
Nunca tive qualquer filiação partidária e não creio que a venha a ter algum dia. Já o escrevi noutros locais. Reafirmo-o aqui e agora.

Segunda confissão
Venho caprichando ao longo do tempo num conjunto de convicções políticas razoavelmente precisas e balizadas, situadas na área do que se convencionou chamar a esquerda democrática.

Terceira confissão
Esta opção, tão alinhada quão independente, não dispensa a dialética e o escrutínio da experiência de vida (individual e colectiva) e o confronto com a realidade (nacional e internacional).

Quarta confissão
O meu gosto pela área da comunicação social é muito longínquo. Terei começado a ler jornais com regularidade a partir dos meus 14 anos.

Quinta confissão
Tenho sentido uma necessidade e uma vontade antiga e crescente de ler e ouvir um conjunto diverso e plural de colunistas e comentadores que participam com regularidade nos mais diversos órgãos de comunicação social portuguesa.

Sexta confissão
Não dispenso o contacto com a opinião de personalidades situadas em campos políticos que eu "não piso", nomeadamente as alinhadas no espectro político da direita democrática.

Sétima confissão
Por isso acompanho as prosas de Pedro Lomba (Diário de Notícias), Henrique Raposo (Expresso) e Alberto Gonçalves (Sábado). E poderia citar outros mais.

Oitava confissão
À direita, como à esquerda, alguns cronistas revelarão maior seriedade e inteligência, outros um maniqueísmo e uma arrogância de todo detestáveis.

Nona confissão
Eduardo Cintra Torres, colunista do Público situa-se neste segundo escalão. Recorrentemente. Detestavelmente. Para mim, mas não só.

Décima confissão
Ontem no texto "Dez derrotados na comunicação" Eduardo Cintra Torres voltou a disparar "a torto e a direito". Até os insuspeitos de simpatia pela direita Luís Delgado e Pedro Marques Lopes foram cravejados de balas. Catalogados de "comentadores da direita socretista", o primeiro levou ainda com o epíteto de "alinhado com o PS-Governo", o segundo de "luminária da direita socretista".
Só acredita nesta pesporrência quem ignora e desconhece a realidade.
Só cala esta alarvidade quem pactua com a mentira e a mediocridade.
Não acredito. E não calo.
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segunda-feira, junho 08, 2009

Governabilidade

Os resultados apurados nas eleições de ontem foram claramente influenciados por um previsível, elevado, lamentável e preocupante nível de abstenção.
Parece medianamente claro que terão sido os partidos do centro político - PSD e PS, talvez mais este último - os principais visados pela "preguiça" demonstrada por tantos portugueses e portuguesas.
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Nas legislativas de Outubro a "viagem às urnas" será certamente mais participada, apesar do crescente desencanto que muitos cidadãos eleitores vêem demonstrando pela (in)eficácia e pela (in)competência - técnica, política, ética - de boa parte da classe política que nos tem caído em sorte.
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Não sei quem será o partido mais votado nas próximas eleições legislativas, mas tenho como muito provável que PS + PSD se aproximarão de 70% dos votos expressos.
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Não acredito que o PS - caso seja o partido mais sufragado, o que não é todo improvável - tenha condições para qualquer coligação pós-eleitoral de incidência governativa com o BE ou o PCP/CDU.
E não creio que um entendimento de índole exclusivamente parlamentar a 12-18 meses com qualquer um daqueles dois partidos (nomeadamente para aprovação do Orçamento de Estado) se constitua como um mal menor.
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Pelo contrário, admito que uma coligação pós-eleitoral PSD-CDS/PP seria a solução politicamente mais consistente em termos de coesão e estabilidade governativa, numa perspectiva de um governo para uma legislatura.
Mas duvido que os dois partidos, venham a obter uma maioria parlamentar, caso concorram separados - a única solução esboçada, pelo menos de momento.
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Resta a hipótese “bloco central”.
Apesar da gravidade da situação económica e financeira, julgo muito difícil que aquele desenlace tenha “pés para andar”.
A deterioração de relações pessoais e políticas entre os actuais líderes (mas não só) do PS e PSD não augura qualquer possibilidade de entendimento sustentado.
Esse poderá ser, em minha opinião, o principal obstáculo a uma hipótese teórica que a complexidade da conjuntura política e um não desprezável risco de ingovernabilidade poderão vir a dar peso acrescido.
Seria preciso encontrar então novos protagonistas que corporizassem uma solução político-governamental que já fez história há mais de 20 anos, em circunstâncias então (como no final de 2009?) excepcionais.
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domingo, junho 07, 2009

Venceram quase todos?


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Nada de verdadeiramente surpreendente aconteceu
nas eleições de hoje.
Como sempre, quase todos cantaram vitória.
Apenas um partido assumiu ter perdido.
Mas dos presumíveis vencedores, nem todos o foram
na mesma medida.
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Fica a sensação de que em Outubro os resultados
poderão ser diferentes.
Prevalece o receio de que uma solução governativa
será então muito difícil de conceber.
Pelo menos com Manuela Ferreira Leite e José Sócrates
na liderança dos principais partidos "governamentáveis".
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Votei para umas eleições europeias. Não para legislativas antecipadas.
Votei por uma Europa Democrática, Livre, Próspera
e Solidária. Não me entretive a mostrar cartões.
Outros pensaram e fizeram diferente. Foi a sua opção.
Livre e consciente. Tal qual a minha.
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"Alone again or"



Uma pérola dos LOVE (1967), mais psicadélica na versão original, aqui revisitada pelos CALEXICO

sábado, junho 06, 2009

A minha Sereia


És pequena como ela.
Bela e delicada.
Doce e sensível.
És tu... a minha Sereia.

Sem título



Graça Morais - reprodução de tela a óleo.
Obra criada no Verão de 2008 em Trás-os-Montes.
Mostra na Galeria JN - Porto, no final do ano passado.
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Diz-me o que lês...


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A revista LER deste mês de Junho solicitou aos cabeças-de-lista às "europeias" que sugerissem leituras aos seus adversários.
Foi um exercício curioso, muito interessante, particularmente revelador.
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O menos concreto: Nuno Melo.
Respondeu assim: «Pensar a escolha literária pela conotação política será preconceito. Muito normal em muitos sectores, mas que a mim não faz particularmente sentido. Uma pessoa de direita pode apreciar García Márquez, e uma pessoa de esquerda gostar mais de Vargas Llosa. Da mesma forma que uma pessoa de direita poderá apreciar uma pintura de Picasso, ao passo que uma de esquerda gostará mais de Dali. Desejo que leiam muito, apesar de tudo».
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O mais arrogante: Vital Moreira.
Sugeriu o seu Nós, Europeus.
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A mais previsível: Ilda Figueiredo.
Recomendou Sobre o Capitalismo Português para Vital Moreira, Décadas de Europa para Paulo Rangel, Dossier Tarrafal para Nuno Melo e Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal para Miguel Portas.
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O mais português: Paulo Rangel.
Com as "ofertas" de José Tolentino de Mendonça (De Igual para Igual) para Vital Moreira, Padre António Vieira (A História do Futuro) para Ilda Figueiredo, Francisco Lucas Pires (O Que é a Europa) para Nuno Melo, e Eduardo Lourenço (Nós e a Europa ou As Duas Razões) para Miguel Portas.
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O mais poliglota: Miguel Portas.
Com as escolhas de Périplo (Miguel Portas e Camilo Azevedo) para Vital Moreira, O Capital (Karl Marx, prefaciado por Vital Moreira) para Paulo Rangel, Making people illegal: what globalization means for migration and law (Catherine Dauvergne) para Nuno Melo e Cinquant´ánni d´Éuropa, una lettura antiretorica (Luciana Castellina) para Ilda Figueiredo.
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Apetece dizer:
- Diz-me o que lês, dir-te-ei quem és.
Ou, noutro registo...
- Diz-me o que recomendas, saberei como me olhas.
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Sr. Presidente

A entrevista concedida ao jornal semmais pelo meu amigo Sousa Marques - presidente da Associação de Futebol de Setúbal - revelou-se interessante embora, como acontece quando as redacções pretendem "meter o Rossio na Betesga", tenha sido aqui e ali necessariamente sucinta e infelizmente superficial.
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Mereceu-me particular curiosidade o facto de Sousa Marques ter chamado a atenção para o facto do
ex(?)-jogador Luís Figo não apresentar as condições necessárias e suficientes para assumir, no curto prazo, o lugar de presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
Disse ele: «O Figo foi um excelente jogador. No entanto, penso que seria prematuro pegar no Figo e colocá-lo à frente da Federação porque é uma tarefa que requer um tipo de valências que não são só técnicas, tácticas ou físicas. Se o Figo estiver disponível para tal até poderá ser um bom dirigente, mas terá de passar por outras fases de crescimento em termos do dirigismo desportivo. Em vez de presidente pode antes, face ao prestígio internacional que tem, integrar um futuro elenco da Federação. Daí a ser presidente, acho que ainda é cedo».
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Parecem-me de todo verdadeiras, sensatas e oportunas estas ideias expressas pelo Sousa Marques.
Utilizando uma linguagem desportivo-ciclística há que lembrar que os portugueses são bons trepadores, alcançando demasiadas vezes lugares e destaques que o curriculum não explica, a capacidade não alcança, a esperteza e o oportunismo não justificam.
Não vale a pena esgrimir argumentos ou apresentar exemplos retirados de outras experiências. E, neste exemplo de Luís Figo, trazer à colação o caso de Michel Platini.
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Enquanto estruturava este post dei comigo a pensar: mas tu, Paulo Calhau, também foste director do Barreirense e da Secção de Basquetebol, sem teres passado previamente por qualquer outro lugar de menor grau de exigência (não de responsabilidade ou de dificuldade). É verdade. E tenho consciência de que alguns erros (mas também alguns sucessos) podem ter resultado dessa circunstância.
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Ainda recordo que algum tempo antes (talvez 2003), no intervalo de um jogo no "Luís de Carvalho", o meu amigo Pimentel disse numa roda de amigos barreirenses: «Aqui o doutor [referia-se à minha pessoa] é que dava um bom director». A meu lado, o Zé António - astuto e experimentado por muitos anos no terreno - rematou, ou dito mais apropriadamente, lançou de imediato: «director não digo, mas um bom seccionista...».
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Nos anos seguintes, muitas vezes estas palavras me vieram ao consciente. Fizeram-me sentido nalguns momentos. Tentei desmenti-las noutras circunstâncias.
A verdade, que muitos rapidamente pretenderam então ignorar, é que em 2004, numa crise gravíssima do Barreirense Basket, foram bastantes os que se dispuseram a "palpitar", alguns os que se prontificaram a ajudar, mas poucos os disponíveis para assumir as mais altas responsabilidades.
O que não deverá brevemente acontecer com a presidência da Federação Portuguesa de Futebol. Tantos serão os candidatos a... candidatos. Uns melhores. Outros piores.
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quinta-feira, junho 04, 2009

Sim



Jon Anderson (vocal), Steve Howe (guitarra), Rick Wakeman (teclado), Chris Squire (baixo), Alan White (bateria)

Yes


Ontem
«O Governo e os sindicatos médicos assinaram ontem [nota: 3 de Junho de 2009] o acordo sobre o novo regime da carreira médica. As negociações foram retomadas a 3 de Março reunindo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que deram a sua assinatura ao compromisso. O acordo foi ultimado no decorrer de uma reunião que juntou o Primeiro-Ministro, a ministra da Saúde e os secretários de Estado da Saúde e da Administração Pública, bem como representantes sindicais.»
(fonte: DN online)
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Hoje
Assisti no meu hospital, ao final da manhã, a uma reunião de esclarecimento sindical protagonizada pelos líderes da FNAM (Mário Jorge) e SIM (Carlos Arroz).
Estavam radiantes. E orgulhosos. E não há razão para menos.
Sucesso das negociações com a Ministra Ana Jorge. Carreiras médicas dignificadas e revitalizadas.
Unidade sindical. Sinónimo de responsabilidade e eficácia.
Sindicalismo moderno, adulto.
E acima de interesses partidários. Parece-me.

Amanhã
Espera-se muito trabalho, diálogo e seriedade no desenvolvimento deste processo.
Há agora disposição legal concreta. Mas um Acordo Colectivo de Trabalho e muita regulamentação por concretizar.
Existe optimismo. E esperança. Nos Médicos.
Pelo Serviço Nacional de Saúde.
Será Ana Jorge «o Arnault do século XXI», como alguém sugeriu?
Já não seria nada mau...
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A luta continua


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Em 4 de Junho de 1989, a luta pela liberdade e pela democracia, contra o totalitarismo comunista soviético, resultou nas eleições parlamentares polacas.
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Saíu vencedor o Solidariedade (Solidarność), sindicato independente fundado em 1980 e entretanto constituído em força política.

Depois... foi um programa económico de choque rumo à economia de mercado (princípio dos anos 90), a adesão à NATO (1999) e à União Europeia (2004).

É verdade e triste que um par de gémeos (os irmãos Kaczyński) - reaccionário e xenófobo - domina a cena política actual.
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É a Democracia... a funcionar.
Contraditória. Mas bela e fecunda.
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Tiananmen


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Maio-Junho de 1989: a «rebelião contra-revolucionária» dos estudantes chineses resultou num banho de sangue perpretado por uma partidocracia comunista irredutível nas suas posições reaccionárias e totalitárias.
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Passados vinte anos dos trágicos acontecimentos da Praça Tiananman, as autoridades chinesas reafirmaram que «os factos provam que o caminho do socialismo com características chinesas que iniciamos é consistente com as condições actuais da China e é um reflexo dos interesses fundamentais do povo chinês».
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Dá vontade de os mandar à merda... uma vez mais.
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segunda-feira, junho 01, 2009

Onze anos


.Gostarias certamente de receber estas rosas. Vermelhas.
.E eu tinha muita vontade de tas entregar. Em mãos.
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.Onze anos depois ficam...
.... a Lembrança. Boa
.... a Dor. Alguma
.... a Saudade. Muita
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.Um grande beijo para Ti
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