segunda-feira, agosto 31, 2009

Anonimato? Eu... não!

Em artigo de opinião hoje publicado no diário i, a jornalista Maureen Dowd do The New York Times, aborda a problemática do anonimato no mundo internet, nomeadamente na blogosfera. .
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Escreveu ela:
"A internet iria ser supostamente o paraíso da livre expressão, sem censura a cada passo e onde todos pudessem finalmente ter voz. No entanto, neste infinito reino da verdade, muitos querem esconder-se. Quem são essas pessoas, prontas a dizerem o que pensam sem no entanto dizerem quem são? Que mentalidade os leva a incomodar-nos, ficando escondidos por detrás de uma máscara? Os pseudónimos têm um historial nobre. Os revolucionários em França, os primeiros colonos dos EUA e os dissidentes soviéticos usaram-nos. O grande poeta Fernando Pessoa servia-se de heterónimos para escrever em diferentes estilos e até para rever as obras criadas pelos seus alter egos. Como escreveu Hugo Black em 1960, "É evidente que o anonimato tem por vezes sido utilizado para os mais construtivos dos fins". Mas, na internet, serve menos para se ser construtivo do que para encobrir a cobardia".
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Já tenho emitido opinião - pública e privada - a este propósito.
Reafirmo a defesa da palavra "com rosto e com assinatura".
Mas compreendo - e aceito - que em situações pontuais o anonimato possa ser admissível.
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sexta-feira, agosto 28, 2009

Quem imaginaria?


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Afastado há 35 anos da primeira divisão do futebol nacional, o FC Barreirense ingressa este ano no escalão máximo... do futebol distrital.
Quem imaginaria que isto nos viesse a acontecer algum dia?
Mas a vida continua.
E esse não é o principal problema do meu clube.
Antes fosse...
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terça-feira, agosto 25, 2009

69 Love Songs



Bom concerto dos Magnetic Fields há pouco mais de um ano. Foi na Reitoria da Cidade Universitária.
É sempre agradável voltar a "69 Love Songs" (1999).

O perigo da saturação


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Voltei a ver o Prof. António Câmara na TV. Foi na semana passada, no 5 Para a Meia-Noite (RTP2). Apesar da habitual boa disposição e desenvoltura de Fernando Alvim nada de novo ali aconteceu. As mesmas perguntas. As respostas já conhecidas. Porque têm sido múltiplas (porventura excessivas) as aparições do Académico e líder da Y Dreams na comunicação social (TVs, Rádios e Jornais).
Julgo que talvez pudesse resguardar mais a sua imagem pública, com um outro grau de selectividade na exposição mediática. A sua prosperidade económico-financeira não ficaria certamente prejudicada. Bem sei que o Prof. António Câmara está na moda. E que caiu no goto da comunicação social. Mas não é um artista da bola ou do Jet set lusitano. Por isso...
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O que nos une



Descobri há alguns dias que o analista político Pedro Marques Lopes tem gostos musicais que se assemelham aos meus. Achei curioso. Somos de gerações diferentes, mas tal não parece constituir obstáculo para a similitude das nossas referências.
Uma pequena divergência: ele acha que o QUASE FAMOSOS de Nuno Costa Santos e do seu amigo Pedro Adão e Silva (Rádio Clube Português) é "o melhor programa radiofónico do mundo". A minha preferência major vai para DISCOS VOADORES de Nuno Galopim (Radar).
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sábado, agosto 22, 2009

Coisas que vou aprendendo


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Porque se diz "esquerda"?
Nas cortes francesas, em 1789, os comuns sentavam-se à esquerda do rei - e os aristocratas no lugar de honra, à sua direita.
Na Revolução Francesa também foi à esquerda (e nos lugares de cima) do presidente da assembleia que os radicais e igualitários se sentaram.
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A propósito, não percam o excelente editorial de Martim Avillez Figueiredo "O que é a esquerda"
http://www.ionline.pt/conteudo/19442-o-que-e-esquerda.
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Como bem sabem alguns amigos, cada vez me revejo menos na esquerda tradicional. O problema é que a outra - a que está para chegar - eu ainda não sei lá muito bem o que é. Nem de onde virá...
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Dar a vez ao António



Laurinda Alves trouxe-nos ontem o João Adelino Faria.
Hoje o António Barreto.
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Não se sentiu moralista? [a propósito do discurso de 10 de Junho]
Pensei nisso quando escrevi e quando li, porque não gosto de ser moralista, de vender sermões, de apregoar virtude. Eu próprio não sou virtuoso. Tentei limitar-me ao território do exemplo público, das acções públicas. A verdade é que assistimos a uma espécie de dissolução de alguns valores morais antigos, que eram sólidos mas deixaram de o ser.
Tais como?
A palavra dada. A honradez. Hoje em dia pedir a alguém que seja honrado, que seja honesto, provoca geralmente sorrisos. As pessoas acham que é lírico, que é do século 19...
E confiar nesses valores ainda parece mais lírico...
Sim. Mas a honradez é uma boa virtude. Tento sistematicamente ser honrado. Não sei se serei sempre, ou se poderei ser sempre, mas nunca deixo de o tentar. Por outro lado assistimos a outra coisa mais arrepiante que é cada pessoa fazer a sua moral própria. Cada um tem a sua ética própria.
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Com as respectivas proporções e o devido respeito e admiração pelo pensamento de António Barreto (aqui já reafirmado por mais de uma vez), permita-me o ilustre sociólogo e pensador que faça também minhas as suas angústias, e meus os seus valores. Não se importa, pois não?
Por isso o acompanho com persistente atenção e... devoção.
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sexta-feira, agosto 21, 2009

Michael Barnes


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É só preciso estar atento


Quando se sintoniza a BENFICA TV para acompanhar um jogo de futebol já sabemos o que nos espera: um José Carlos Soares grotesco no estilo, excessivo na linguagem, unilateral na análise técnica e táctica, parcial na avaliação da arbitragem.
Resta-nos ver o jogo com os nossos olhos. E dar o desconto...
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Mas confesso-vos que não sei o que é pior.
Se aquilo que vos descrevi (admito que com algum excesso) ou a pretensa e falsa isenção e independência, e as ideias pré-concebidas, distorcidas e manipuladoras de uns quantos relatores, analistas e comentadores que por aí circulam. Nas Tvs, mas também nas rádios e os jornais.
Para estes, todos os nossos sentidos são necessários.
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João Adelino Faria


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Um bom profissional da comunicação social.
Uma interessante entrevista a Laurinda Alves, no i de hoje.
Igual a si próprio.
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És vaidoso?
Dizem que sim e eu acho que sim [sorrisos].
Ser vaidoso é gostar de nós, não é?
Desde que não seja em demasia, acho que é útil e saudável.
Gostas de ti?
Já gostei menos [risos].
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CSI Miami?



Não! THE WHO

quinta-feira, agosto 20, 2009

A palavra


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A palavra
A palavra é uma estátua submersa, um leopardo
que estremece em escuros bosques, uma anémona
sobre uma cabeleira. Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,
cega e nua, mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
e vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.
António Ramos Rosa
in Acordes (1989)
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Bye bye man

É justa e generalizada a imagem positiva que Fernando Correia acumulou ao longo de uma já vasta e bem sucedida carreira jornalística.
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O assumido sportinguismo não lhe impede uma desejável autonomia e uma capacidade crítica que a deontologia profissional lhe exigem e que vai cumprindo positivamente, embora nem sempre com a exemplaridade e a forma imaculada como alguns (quase todos sportinguistas, é claro!) lhe atribuem.
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A sua experiência radiofónica mais recente - Lugar Cativo, Rádio Clube Português - é todavia manchada pelo seu companheiro de antena, um senhor de nome Carlos Dolbeth.
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O parceiro de Fernando Correia é trauliteiro na palavra, grosseiro no argumento, falsamente manso, um perigoso incendiário, ilusoriamente divertido, alarvemente intolerante e arrogante.
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O "deus grego, alto, loiro, esbelto", como gosta de se auto-valorizar não gosta de ser criticado.

Responde com inaceitável violência a quem, por exemplo por e-mail, dele discorda (dispenso-me de vos reproduzir alguns exemplos recolhidos da blogosfera).
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Aos "imbecis" e "masoquistas" (expressões dele) que, como eu, têm tentado entender como é possível uma estação de rádio que aprecio e acompanho com alguma regularidade albergar tão inenarável personagem vai um desabafo: a partir de hoje, e para mim, não há mais Carlos Dolbeth.
One, two, three, bye bye

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quarta-feira, agosto 19, 2009

Assim não há pastel


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Primeira jornada da Liga Sagres.
8 jogos, 9 golos. Deprimente.
69.406 espectadores (e 54.103 estiveram na Luz).
Deplorável. Incrível. Esclarecedor.
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É verdade!

Não foi muito estimulante a entrevista de Ferro Rodrigues a Cristina Fgueiredo e Nicolau Santos (Expresso, 15/8/2009).
Mas teve uma frase certeira. Preocupante. Verdadeira.
«Mesmo no ano terrivel de 2003, nunca percebi que houvesse um ambiente de agressão verbal permanente que ultrapassa todos os limites, como há hoje».

terça-feira, agosto 18, 2009

Continuamos preocupados



Final de tarde de domingo.
Visita rápida ao Barreiro.
Encontro fortuito e breve com membro da Comissão Administrativa do FC Barreirense.
Novidades? Não muitas. E, sobretudo, tristes.
Fiquei preocupado?
Não, continuei preocupado..
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segunda-feira, agosto 17, 2009

Arrepio


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Nem todos o fazem da mesma forma. Eu, começo a leitura dos meus jornais de referência - Expresso, Público e i - pela primeira página, de onde transito invariavelmente para a última.
Jornal i, hoje, página derradeira: «A praia de Odeceixe tem mar, rio, ondas e correntes perigosas».
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Fiquei arrepiado. Como ainda me acontece - e vai continuar a acontecer - de quando em vez. Não por recordar aquelas águas frias da distinta costa vicentina. Mas por reviver - na plena acepção do verbo - aquele final de tarde de Junho (1999?, 2000? - que interessa isso agora?).
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Fomos bravos e corajosos, Ricardo.
E bafejados pelos deuses. Ou, melhor dito, por aquele lindo casal de surfistas. Redentores. Providenciais. Salvadores.
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sábado, agosto 15, 2009

Beyond the Missouri Sky



Naquela noite, Laura e Clara falaram (muito), beberam (alentejano), ouviram música clássica e jazz (Charlie Haden e Pat Metheny) e amaram (inesperadamente?).
Quem são elas?
Personagens de uma das 5 histórias de OLHOS NOS OLHOS.
Para ler e... ouvir.

Olhos nos olhos


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A minha descoberta dos talentos comunicacionais de Júlio Machado Vaz é já antiga. Começou pela rádio. Prolongou-se via televisão (ou terá sido ao contrário?). E passou (vem passando) mais recentemente pela leitura de algumas das suas obras literárias.
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Já aqui fiz referência, creio que em Março, ao excelente TEMPO DOS ESPELHOS (Texto Editores, 2006).
Concluí hoje a leitura, vertiginosa e insaciável, de OLHOS NOS OLHOS - Histórias de Sexo e Vida (Dom Quixote, 2003).
Grande livro!
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Nos 40 anos de Woodstock



Entraram como trio - Crosby, Stills and Nash.
Por ali se juntou Neil Young.
Ficaram mais ricos - CSNY.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Não se podia mudá-lo?


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Na noite da passada quarta-feira não se esperava grande resistência da equipa adversária.
Em Vaduz, Portugal defrontava uma modestíssima selecção de um minúsculo principado com pouco mais de 30.000 habitantes.
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O jogo foi o que se esperava.
Um treino festivo, descontraído, amorfo, desiquilibrado e desinteressante.
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O que fica para a história?
- uma vitória mais para Carlos Queiroz (têm sido tão poucas)
- um grande golo de Raul Meireles (as sucessivas tatuagens parecem trazer-lhe crescente inspiração)
- a tradicional alegria e festividade dos nossos emigrantes (nestes momentos lembro-me sempre dos meus tios e Aníbal).
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Ainda antes do início do prélio, e mesmo conhecedor da fragilidades da equipa caseira, Eduardo - o goleiro português (temos que nos habituar cada vez mais à língua brasileira no léxico da selecção nacional de futebol!) - cantou o hino nacional com grande empenhamento e ainda maior convicção.
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Dei por mim a pensar - como já aconteceu muitas outras vezes, algumas delas "em directo e ao vivo" - que na actualidade, a letra do hino nacional português "não tem pés nem cabeça".
Mas nem por isso deixo de o cantar nessas ocasiões tão vibrantes e inesquecíveis. Com emoção e com paixão.
Contraditório?
Talvez não...
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quinta-feira, agosto 13, 2009

O guerreiro de Deus


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O nome, Tom Perrotta, está para a literatura, como Peter Cetera para a música.
Pouco apelativos, pelo menos para mim.

Vá-se lá saber porquê. Uma parvoíce...
Foi por isso que, e numa demonstração de indiscutível ignorância destes meandros da literatura, adquiri Abstinência (edições Contraponto, 2009) com alguma dose de desconfiança, antes da partida para as férias de verão (merecidas, digo eu!).

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O livro, tradução para português de The Abstinence Teacher, foi editado em 2007 na pátria do Tio Sam e considerado pelo prestigiado New York Times um dos 100 melhores livros desse ano.
Só soube dessa valoração ontem, já a leitura estava prestes a dar-se por concluída e uma súbita "fome curiositária" me fez mergulhar nas profundezas do Google, da Wikipedia e dos Blogues.
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Perrotta é, disse um crítico do Público, «o tipo de autor que faz a ponte entre leitores exigentes e estúdios de cinema que põem o negócio à frente de tudo».

Posso não me rever entre os primeiros (mas que entende o crítico por leitores exigentes?). E não tenho nada a ver com os segundos.
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No Ípsilon do passado 31 de Julho, pp. 34-35, o livro era assim parcialmente resumido, de uma forma que eu não escreveria mais certeiramente: «Abstinência trata de um tema que está na ordem do dia: educação sexual no ensino básico. Aqui não há alunas com gravadores escondidos, como na Escola Sá Couto, mas o treinador de futebol Tim Mason, um antigo toxicodependente que trocou as drogas duras pela religião, transformando-se numa espécie de guerreiro de Deus, tem um comportamento simétrico ao das mães que deram origem ao escândalo de Espinho […]. Se uma igreja cristã evangélica se opõe a determinadas práticas, como, por exemplo, ensinar educação sexual a menores, a luta é sem tréguas. Neste caso, o Tabernáculo Evangelho Puro, uma instituição cristã fundamentalista, opõe-se ao plano de ensino de Ruth Ramsey, professora da disciplina de Saúde e Vida Familiar do liceu de Stonewood Heights. As manchetes mais benignas dos pasquins locais identificam-na como "Dama do Sexo Oral". O pecado de Ruth é estar preocupada em alertar (e precaver) os alunos para doenças sexualmente transmissíveis. Mas nem todos pensam assim. A uma aluna que considera nojento o sexo oral, responde: "Se feitos nas devidas proporções, tanto o cunnilingus como os fellatio devem ser bem mais agradáveis e higiénicos do que beijar uma sanita. Espero que tenha respondido à tua pergunta". Para o Tabernáculo Evangelho Puro isto é pura heresia. Sodoma à porta de casa».
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Apreciei a escrita de Perrotta: simples, com poucos “rodriguinhos”, inteligente, profunda.
Gostei do livro. Para além da problemática da educação sexual nas escolas, outras mais atravessam as cerca de 300 páginas: a luta contra a toxicodependência, o amor homossexual, o totalitarismo e fanatismo religiosos.
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Depois de Abstinência, os Pecados Íntimos (edições Bico de Pena, 2007) ficam à minha espera.
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quarta-feira, agosto 12, 2009

De volta ao Eterno Retorno



Na leitura do excelente "Abstinência" [Tom Perrotta, 2007 - edições contraponto, 2009] surge uma referência a "Peace Train" de Yusuf Islam (Cat Stevens) que hoje regressa a este blogue.

Eu discordo

Ora cá está mais um exemplo.
De como nos "devemos" adaptar aos novos tempos.
Parece que Liedson, o "levezinho", vai integrar a selecção nacional de futebol, ainda a tempo dos decisivos jogos de Setembro.
Uns concordam.
Outros não.
Compreendo os primeiros.
Mas estou com os segundos.

Triunfo ou derrota?


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Nem me tinha dado conta disso.
Parece que o Público acabou por pedir desculpa ao Clube de Futebol «os Belenenses», na sequência de um texto de João Bonifácio - uma crónica a um concerto de música rock recentemente realizado no magnífico estádio dos "azuis do Restelo".
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Este facto serviu de inspiração a Henrique Raposo para o seu texto semanal no Expresso.
Escreveu ele: «As caixas de comentários da internet são sacos de lixo. Aquilo que aparece nas caixas de comentários está ao nível das paredes das casas de banho públicas».
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Deduzido o inevitável exagero da observação, vale a pena dizer que percebo a preocupação de Henrique Raposo.
Recordo-me de há uns meses atrás, ter trocado alguns e-mail com Sousa Pereira (director de Rostos), nos quais abordámos, ainda que de forma parcial, esta problemática transversal à blogosfera, aos jornais online e, obviamente, ao seu(nosso) Rostos.

Henrique Raposo interrogou-se(nos) mais adiante: «É esta a imprensa do futuro? Iremos escrever sob o jugo dos comentários anónimos da internet? No futuro, a qualidade da opinião do jornal impresso estará prisioneira da quantidade de insultos oriundos da internet? Isso seria péssimo. Isso representaria o triunfo da "liberdade respeitosa", essa coisa que não entende o seguinte: a quantidade de insultos está directamente relacionada com a qualidade do texto. Um bom texto provoca insultos porque toca nas feridas que doem. Escrever, meus amigos, não é dar palmadinhas no ombro do leitor. E um cronista que não recebe insultos é um idiota».

Para reflectir e... saber encaixar.
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segunda-feira, agosto 10, 2009

Greatful... alive

Allen Birnbach


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Não há leituras de verão


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Não partilho da ideia de que há leituras de verão.
Ou de férias. Se preferirem.
Mas reconheço que este é um tempo especial, muitas vezes com mais disponibilidade para desfrutar do prazer de um bom livro.
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Não tenho, nunca tive, qualquer relação com Angola.
Mas, de quando em vez, dedico algum espaço à literatura desse rico pais africano (José Eduardo Agualusa) ou a textos que vão sendo editados acerca da sua história política, sobretudo decorrente da independência.
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Purga em Angola de Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus (Texto Editores 2009, em 3ª Edição revista e actualizada) aborda os trágicos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, quando "Nitistas" e "Netistas" se confrontaram numa luta fraticida e sanguinária de que terão resultado mais de 30.000 mortos.
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Purga em Angola pareceu-me uma investigação bem sustentada em termos de fontes (bibliográficas e outras).
Mas nem sempre clara, no que se refere aos fundamentos políticos do conflito, ao papel de algumas das grandes potências de então (EUA, URSS e China), às componentes rácicas da disputa, ao empenhamento de militantes do PCP (nomeadamente Sita Valles).
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Apesar de algumas reticências iniciais manifestadas pelos autores à apressada e dogmática formação e consistência políticas de Nito Alves, Purga em Angola parece sobretudo um texto (justamente) acusatório ao regime de Agostinho Neto, Lúcio Lara e Iko Carreira, saído de 11 de Novembro de 1975.
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Angola merece um poder não corrupto.
Os angolanos merecem mais democracia e mais desenvolvimento.
Como ontem bem lembrou Hillary Clinton.
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domingo, agosto 09, 2009

Um grande, grande actor


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ZipZip (1969)
A Visita da Cornélia (1977)
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Raul Solnado (1929-1009)
Sempre!
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sexta-feira, agosto 07, 2009

Pela boca morre o peixe


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É muito provável que o meu amigo e academista Paulo Goucha esteja de acordo comigo.
A Associação Académica de Coimbra fez uma boa época de 2008-2009. Com uma liderança técnica que me pareceu eficaz e competente.
Acontece que na vida somos por vezes tolhidos pelo deslumbramento, pela ambição, pelo orgulho, pela imodéstia.
E resvalamos…
Ele pensou que o trabalho de Jorge Jesus fora banal, vulgar, facilmente reproduzível. E disse que o Sporting Clube de Braga do seu antecessor poderia e deveria ter feito mais.
Mais?
Com uma campanha europeia muito positiva e uma qualidade de jogo positiva e atraente, o Sporting Clube de Braga só não foi mais longe na liga nacional em resultado do prejuízo de algumas arbitragens - sábias e danosas.
O DOMINGOS não teve PACIÊNCIA. Precipitou-se. Foi infantil.
A esta hora, e depois da eliminatória ontem perdida, é possível que esteja arrependido.
Que a lição lhe sirva de exemplo.

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quinta-feira, agosto 06, 2009

Devendra

Poema


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A direcção do sangue
Quando se viaja sozinho
pelas imagens que perduram
as evocações ganham um modo tão real
A mancha ténue dos arbustos
indica o caminho para o regresso
que nunca há
o mar ficou de repente perto
sobre esta praia travámos lutas
para as quais só muito depois
encontramos um motivo
era à pedrada que nos defendíamos
do riso mais inocente
ou de um amor
Mas aquilo que nunca esquecemos
deixa de pertencer-nos e nem notamos
Estamos sós com a noite
para salvar um coração
José Tolentino de Mendonça
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Obviamente demita-se!


Segundo notícia veiculada pelo jornal i (31 de Julho de 2009) “O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, foi multado em 135 mil euros por receber ajudas de custo alegadamente indevidas enquanto conselheiro da seguradora espanhola responsável pelo seguro de responsabilidade civil dos clínicos portugueses, subscrito pela Ordem. Além da multa, decretada pela Direcção Geral de Seguros espanhola após uma investigação concluída no ano passado, os conselheiros arriscam-se a ter de devolver os montantes recebidos como ajudas de custo e que, no caso do bastonário da Ordem dos Médicos (OM), foram de 3000 euros mensais durante dois anos”.

O bastonário da Ordem dos Médicos considera “normal e natural” que seja a instituição a pagar aquele elevado montante.
Não considero que tenha razão.
Acho inadmissível que assuma essa posição.
São grotescos alguns dos seus pretensos argumentos de defesa.

Ajudei a eleger o Dr. Pedro Nunes como bastonário da Ordem dos Médicos.
Não porque tivesse elevada expectativa da qualidade do seu mandato, mas porque, mal maior, não queria ver o Dr. Miguel Leão eleito para aquele importante cargo.
Hoje, obviamente que optaria pela abstenção, não depositando o meu voto em quem não reconheço idoneidade para representar e defender a classe profissional que orgulhosamente integro.
Não admito do Dr. Pedro Nunes outra atitude que a demissão.
Veremos se tem esse sentido de dignidade e de responsabilidade.
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segunda-feira, agosto 03, 2009

Primeiro Clube Formador


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O fax foi enviado pela Federação Portuguesa de Basquetebol às 15:51 de 31 de Julho de 2009.
Quatro minutos depois, o Futebol Clube Barreirense - Basquetebol era notificado de que "Foi atribuído pela Direcção da Federação Portuguesa de Basquetebol o Estatuto de Clube Formador aos clubes Grupo Recreativo Independente Brandoense e Futebol Clube Barreirense após parecer favorável de uma Comissão para o efeito designada, que analisou todos os documentos exigíveis para atribuição do referido estatuto".
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Foi um processo demorado.
Um longo trajecto.
Um parto prolongado.
Com concepção iniciada logo que integrei a Direcção da Secção de Basquetebol, no já longínquo ano de 2004.
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Foram cinco anos de laboração e aprovação.
Valeu a pena.
Fomos os primeiros a ver reconhecido tal estatuto.
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"A responsabilidade agora é a dobrar" afirma a actual Secção de Basquetebol do FC Barreirense.
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O dirigente António Libório teve a gentileza de me comunicar a feliz notícia.
E de agradecer a todos quantos se empenharam nesse projecto.
Estamos todos de parabéns.
Viva o Barreirense!
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Filho de peixe...

PRD é sigla de partido político. Extinto. Mas é, também, a abreviatura do nome de um dos mais talentosos jornalistas da comunicação social portuguesa – escrita, televisiva e de radiodifusão.
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Reconheço em Pedro Rolo Duarte a criatividade, a alegria, a seriedade e a competência que gostaria de ver alargados à generalidade dos seus pares de profissão.
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Hotel Babilónia foi título da última obra do saudoso Cáceres Monteiro. Mas é, também, o nome de mais um projecto de sucesso de PRD, filho de jornalistas.
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A duo com João Gobern (JG), Hotel Babilónia assume-se como um espaço de cultura, pluralidade, boa disposição e inteligência. E de cumplicidade. Mesmo quando JG diz apreciar a conjugação de um som de acordeão com violino e PRD discorda.
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Vale a pena ouvir.

Aos sábados. RDP1, 10-12h.
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sábado, agosto 01, 2009

Yes Sir

Robert William Robson
(Sir Bobby Robson)

1933-2009

Morreu um grande Senhor.
Do Futebol.
Do Desporto.

Lamento.

Saudade


Capa da Revista Barreirense Basket
Março 2006
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O projecto começou em 2004.
Pouco depois de termos assumido funções directivas.
Teve rápida concretização.
E, dolorosamente, morte prematura.
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Cinco números no ano um.
Com a preciosa colaboração da Miopia Design.
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Um único número no ano seguinte.
Com o talento de Luís Ferreira da Luz - www.artbarreiro.com
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Quer saber como foi?
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Voltaremos um dia?
Quem sabe...
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