Olá a tod@s,
Pois é!
Passaram mais de onze anos...
Foi em setembro de 2010 que
interrompi esta partilha com uns quantos – certamente poucos – que desde 2008 e
até então, me foram acompanhando, com mais ou menos interesse, maior ou menor
regularidade.
Este momento, que corresponde ao
recomeço do ETERNO RETORNO, foi sucessivamente adiado, após muitas dúvidas,
várias hesitações, alguns impulsos e iguais retrocessos.
Ontem, já a noite avançava, li o
texto semanal de Sérgio Sousa Pinto (SSP) no Expresso, desta feita batizado
"Não é a ideologia, estúpido".
Logo nas palavras iniciais, e
reproduzo parcialmente o autor: "Há 40 anos, Vítor Constâncio escreveu um
importante texto intitulado 'O futuro do socialismo´, hoje caído no
esquecimento. Lembro-me dele porque teve influência na minha decisão de aderir
ao PS, vindo da esquerda como eu vinha." [fim de citação]
O conteúdo da "coluna", que
considero muito importante, e a propósito do qual penso voltar oportunamente,
merece uma leitura atenta, uma atenção particular, uma reflexão crítica.
Escreve SSP mais adiante:
"Quando se fala de ideologia – e só se fala de ideologia e de desvios
de direita – é para intimidar e calar, e para iludir com impunidade os
grandes impasses nacionais, e esconjurar os que no partido da Liberdade, exigem
reformas e resultados, economia e crescimento, prosperidade e autonomia,
verdadeira justiça social financiada pela riqueza nacional, e não pela
depauperada classe média, que já não tem nada com que financiar a
redistribuição de migalhas." [fim de citação]
Identificado desde há muito com os
valores da democracia liberal e socialista, mas sem qualquer vínculo partidário
formal, partilho o essencial da reflexão exposta por SSP. E, como ele, penso
que "O PS vitorioso [em 30 de janeiro próximo, data por mim aqui expressa
apenas pelo seu valor simbólico, correspondente ao dia aprazado para as
próximas eleições legislativas] será o PS da credibilidade reformista,
determinado a transformar e modernizar um país que alguns socialistas, afinal
conservadores, aspiram apenas a gerir." [fim de citação]
Sérgio Sousa Pinto, Francisco Assis
e Pedro Adão e Silva – para apenas citar alguns, mais mediáticos e em minha
opinião ideologicamente mais consistentes – não são os “conservadores”, os
“moderados”, a “direita”, do PS. São os reformistas do PS, e como tal o futuro
do PS enquanto partido da modernidade e da transformação de um Portugal
paralisado e empobrecido, anémico e deprimido. Por isso sentaram-se na última
legislatura na fila derradeira da bancada parlamentar socialista, ou não foram
agora integrados nas listas candidatas às legislativas, ou interromperam mesmo
há algum tempo a sua militância partidária.
P.S. (aqui de post scriptum):
a paixão pela música continua muito presente no fluir e no significado dos meus
dias. A sugestão de hoje é para uma composição de Tim Bernardes (18 de junho de
1991, São Paulo - Brasil), homónima do seu álbum “Recomeçar”, publicado em 2017
e acessível em https://www.youtube.com/watch?v=CDFwME3nWl8