domingo, dezembro 14, 2008

Em Cáceres...


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Últimos dias de Dezembro de 2001. Em visita por Cáceres, presenciei um magnífico jogo de basquetebol entre o Cáceres Club Baloncesto e o Estudiantes de Madrid, referente à Liga ACB (primeiro escalão do melhor campeonato europeu da modalidade).
Noite de sexta-feira. Pavilhão Multiusos. Municipal. Magnífico. Grande assistência (3.000 espectadores de acordo com os números oficiais, algumas centenas dos quais proveniente da capital espanhola). Ambiente extraordinário. Partida vibrante e intensa.
Algum tempo mais tarde, creio que no final da época 2004-2005, o Cáceres Club Baloncesto morreu. Mergulhado numa grave crise financeira, e com uma S.A.D. enredada nas disputas político-partidárias entre o Município e o Governo da Extremadura, o Cáceres Club Baloncesto sucumbiu, para grande tristeza e desânimo dos seus adeptos, como então acompanhei no sítio do clube.
Cáceres é uma pequena cidade espanhola, com 91.606 habitantes (censo de 2007), população apenas cerca de 20% superior à do Barreiro. Será uma das Capitais Europeias da Cultura em 2016.
Os “cacereños” gostam muito de basquetebol – tal como os barreirenses. O basquetebol de Cáceres não tem, todavia, o historial de títulos e protagonismo à escala nacional minimamente equivalente ao que é detido em Portugal pelo FC Barreirense.
A verdade é que, poucos anos passados, o basquetebol renasceu na histórica e monumental cidade da Extremadura, que ostenta o título de Património Mundial da Unesco. E hoje, um novo clube – Cáceres Ciudad de Baloncesto ou Cáceres 2016 Basket – disputa a Liga LEB Oro (2º escalão espanhol). Na lista dos seus principais sponsors figuram apoios públicos (“Cáceres Capital Europea da Cultura 2016” e “Marca Extremadura”) e privados (3 empresas ligadas à construção civil e imobiliário).
Na noite de sexta-feira presenciei, via internet, a parte do jogo entre o Cáceres 2016 Basket e o Ciudad de la Laguna Canárias (onde actuam Jakim Donaldson e Darrell Harris, ex-FC Barreirense). Segundo os números oficiais fornecidos pela FEB (Federación Española de Baloncesto) terão estado presentes 3.100 espectadores. Visionei a mesma animação de há 7 anos atrás, com um “zepellin” publicitário, mascotes com endereços alusivos ao património histórico de Cáceres, imensa publicidade estática.
Apoios públicos – discutíveis e sempre polémicos, bem sei – à prática desportiva de formação e de alta competição. Importância da "sponsorização" privada. Pavilhão multiusos de propriedade municipal, espaçoso, moderno, confortável e funcional. Incentivo regular dos adeptos à equipa da sua cidade.
Em Cáceres, quase tudo é diferente… do Barreiro.
Apenas (quis dizer) isso. Nada mais.


[DESPORTO À PORTUGUESA, www.rostos.pt]
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