sexta-feira, dezembro 24, 2021

Recomeçar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Olá a tod@s,

 

Pois é! 

Passaram mais de onze anos... 

Foi em setembro de 2010 que interrompi esta partilha com uns quantos – certamente poucos – que desde 2008 e até então, me foram acompanhando, com mais ou menos interesse, maior ou menor regularidade. 

Este momento, que corresponde ao recomeço do ETERNO RETORNO, foi sucessivamente adiado, após muitas dúvidas, várias hesitações, alguns impulsos e iguais retrocessos. 

 

Ontem, já a noite avançava, li o texto semanal de Sérgio Sousa Pinto (SSP) no Expresso, desta feita batizado "Não é a ideologia, estúpido". 

Logo nas palavras iniciais, e reproduzo parcialmente o autor: "Há 40 anos, Vítor Constâncio escreveu um importante texto intitulado 'O futuro do socialismo´, hoje caído no esquecimento. Lembro-me dele porque teve influência na minha decisão de aderir ao PS, vindo da esquerda como eu vinha." [fim de citação]  

 

O conteúdo da "coluna", que considero muito importante, e a propósito do qual penso voltar oportunamente, merece uma leitura atenta, uma atenção particular, uma reflexão crítica.

 

Escreve SSP mais adiante: "Quando se fala de ideologia – e só se fala de ideologia e de desvios de direita  – é para intimidar e calar, e para iludir com impunidade os grandes impasses nacionais, e esconjurar os que no partido da Liberdade, exigem reformas e resultados, economia e crescimento, prosperidade e autonomia, verdadeira justiça social financiada pela riqueza nacional, e não pela depauperada classe média, que já não tem nada com que financiar a redistribuição de migalhas." [fim de citação]

 

Identificado desde há muito com os valores da democracia liberal e socialista, mas sem qualquer vínculo partidário formal, partilho o essencial da reflexão exposta por SSP. E, como ele, penso que "O PS vitorioso [em 30 de janeiro próximo, data por mim aqui expressa apenas pelo seu valor simbólico, correspondente ao dia aprazado para as próximas eleições legislativas] será o PS da credibilidade reformista, determinado a transformar e modernizar um país que alguns socialistas, afinal conservadores, aspiram apenas a gerir." [fim de citação] 

 

Sérgio Sousa Pinto, Francisco Assis e Pedro Adão e Silva – para apenas citar alguns, mais mediáticos e em minha opinião ideologicamente mais consistentes – não são os “conservadores”, os “moderados”, a “direita”, do PS. São os reformistas do PS, e como tal o futuro do PS enquanto partido da modernidade e da transformação de um Portugal paralisado e empobrecido, anémico e deprimido. Por isso sentaram-se na última legislatura na fila derradeira da bancada parlamentar socialista, ou não foram agora integrados nas listas candidatas às legislativas, ou interromperam mesmo há algum tempo a sua militância partidária.

 

P.S. (aqui de post scriptum): a paixão pela música continua muito presente no fluir e no significado dos meus dias. A sugestão de hoje é para uma composição de Tim Bernardes (18 de junho de 1991, São Paulo - Brasil), homónima do seu álbum “Recomeçar”, publicado em 2017 e acessível em https://www.youtube.com/watch?v=CDFwME3nWl8