quinta-feira, outubro 29, 2009

Vamos ser fortes

A morte do jovem Adriano Aragão - que muito lamento - tem sido lamentavelmente acompanhada por parte da Comunicação Social.
Como hoje percepcionei, logo pela manhã, na Antena 1 da RDP.
Já tinha previsto este tipo de comportamento em conversas com amigos e profissionais da saúde, desde que a problemática da Gripe A veio para a ribalta.
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A avaliar pelas declarações públicas que acabo de ouvir, oportunamente proferidas pela Ministra da Saúde Dra. Ana Jorge, parece desde já clarificada a causa da morte do jovem Adriano - uma cardiomiopatia congénita, ontem agravada e inapelavelmente descompensada pela infecção pelo vírus H1N1.
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Sabemos - profissionais da saúde - que se avizinham tempos difíceis.
De enorme afluência às urgências - nos Centros de Saúde e nos Hospitais.
De eventual sobrelotação de camas hospitalares - acredito que não chegaremos a tal grau de rotura.
De uma carga de trabalho que nos deixará exaustos - e como tal, menos resilientes e mais predispostos ao erro.
De uma pressão que nos poderá fragilizar perante a opinião pública - facto que não será novidade para quase todos.

Se a Comunicação Social - sedenta de audiências, de shares e de vendas - persistir numa atitude de superficialidade e alarmismo, de abertura à maledicência e à crucificação absurda e apressada - e, como hoje se viu injusta e brutal - de profissionais competentes e dedicados, teremos o caminho aberto para um enorme desconforto, frustração, direi mesmo pesadelo, de todos quantos escolheram uma profissão muito bela, realmente difícil, singularmente humanista e... obviamente indispensável.
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Estou pessimista neste particular? Sim.
Mas empenhado, com os meus colegas, em "dar o corpo às balas". E prosseguir uma luta, por vezes desigual, onde os ignorantes, os hipócritas e os mesquinhos terão de ser responsabilizados e banidos.
Mas a paciência tem limites...
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Um justo prémio



O Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva, integrado no Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, acaba de obter mais um elevado e gratificante reconhecimento público, ao receber o 1º Prémio de "Boas Práticas em Saúde", com o Projecto "Doença Crónica na Criança – Reorganizar para promover a equidade, a efectividade e a eficiência – A experiência do Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva – Hospital Garcia da Orta, E.P.E".
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A 3ª edição do "Prémio de Boas Práticas em Saúde", organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar e a Administração Central do Sistema de Saúde, em parceria com a Direcção Geral da Saúde, com o Alto Comissariado da Saúde e com as Administrações Regionais de Saúde, contou este ano com a participação de 93 projectos realizados por diversas instituições ou unidades de saúde, exaustivamente analisadas num complexo, moroso e exigente processo de selecção e classificação.
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Segundo foi definido pelos organizadores deste concurso, pretende-se "suscitar o desenvolvimento de acções de mudança, agregando as oportunidades mais favoráveis, a fim de poderem constituir-se em casos de excelência, ilustrando Boas Práticas a generalizar à posteriori. Trata-se de divulgar aquilo que se faz bem, na expectativa de que o conhecimento obtido com essa divulgação sirva para que iniciativas semelhantes sejam desenvolvidas por outras entidades, obtendo-se mais-valias a partir dessa disseminação".
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À Dra. Maria José Fonseca - incansável lutadora pelos Direitos da Criança e brilhante Pediatra e Neuropediatra - renovo o endereço de parabéns, extensivos à sua extraordinária equipa de colaboradores.
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quarta-feira, outubro 28, 2009

Que eficácia?


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Li na edição electrónica do diário francês LIBÉRATION que Jean-Christophe Miterrand - ministro francês, filho de François Miterrand e ontem mesmo condenado por envolvimento no Angolagate - decidiu que todos os jovens franceses entre os 18 e os 24 anos possam aceder gratuitamente, uma vez por semana, a um dos diários publicados em França.
Será feito um rateio ente todos os jornais aderentes. Pelo que, o ÉQUIPE - alvo previsivelmente mais apetecível dos jovens - não terá uma posição de particular destaque.
É mais um sinal da gravíssima situação da imprensa escrita.
A mesma notícia indicava que, por exemplo, o USA TODAY, perdeu cerca de 17% de circulação no último ano, tendo surpreendentemente destronado do 1º lugar nos EUA pelo WALL STREET JOURNAL.
Reconheço a oportunidade mas não sei o alcance da medida ontem revelada pelo governo de França. E duvido da sua eficácia para a conquista e fidelização de novos leitores. Veremos.
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terça-feira, outubro 27, 2009

segunda-feira, outubro 26, 2009

sábado, outubro 24, 2009

Uma equipa. Um projecto



No desenvolvimento da minha escolha como Presidente da Comissão Executiva (CE) das Comemorações do Centenário do Futebol Clube Barreirense (FCB), procedi nos últimos dias, como aqui prometera no passado domingo, à formação da equipa que terá a honrosa e estimulante tarefa de organizar a celebração dos 100 anos do FCB.
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Tenho hoje o prazer de anunciar a composição da CE a toda a comunidade Barreirense:
- Francisco Cabrita (49 anos, profissional da indústria farmacêutica, sócio 2315)
- Frederico Rosa (30 anos, empresário, sócio 1430)
- João Paulo Prates (50 anos, médico, sócio 350)
- José Paulo Rodrigues (50 anos, gestor de sistemas de informação, sócio 2194)
- Manuela Fonseca (59 anos, professora universitária, sócia 675)
- Paulo Calhau (52 anos, médico, sócio 315).

O FCB, fundado a 11 de Abril de 1911, é um clube histórico, distinguido como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública (Governo), e agraciado pela Medalha de Bons Serviços Desportivos (Presidência da República), Medalha de Mérito Desportivo (Governo) e Medalha de Ouro de Bons Serviços (Câmara Municipal do Barreiro).

A CE das Comemorações do Centenário do FCB empenhará todo o seu esforço e capacidade no sentido de programar, implementar e concretizar um vasto conjunto de iniciativas, que decorrerão de 12 de Abril de 2010 a 11 de Abril de 2011.
A CE das Comemorações do Centenário do FCB estimulará a mobilização de um número muito alargado de associados e simpatizantes Barreirenses, e a participação da autarquia e dos agentes económicos, desportivos e culturais do Concelho do Barreiro.
A CE das Comemorações do Centenário do FCB divulgará brevemente a constituição da Comissão de Honra e o "Manifesto do Centenário".

Até lá… Saudações Barreirenses.
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[Publicado em www.rostos.pt Coluna TRIBUNA DO CENTENÁRIO]
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quinta-feira, outubro 22, 2009

Obrigado Albino


Foi com muito pesar que recebi,
ao final da manhã de hoje,
a triste notícia do falecimento de
Albino Macedo – sócio nº 4 do Futebol Clube Barreirense.
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A Assembleia-Geral Extraordinária foi FCB de 4 de Abril de 2005, fora convocada para "deliberação da atribuição de emblema de diamante e louvor ao associado Albino António da Silva Macedo pelos altos serviços prestados ao FCB".
A proposta foi aprovada por unanimidade.
Uma semana depois, realizou-se a sessão comemorativa do 94º aniversário do Futebol Clube Barreirense.
Por solicitação da direcção do clube, então presidida pelo Sr. Manuel Lopes, proferi uma intervenção dedicada a Albino Macedo, perante uma vasta audiência de Barreirenses e ilustres convidados, onde se destacava Vicente Moura, Presidente do Comité Olímpico Português.
Albino Macedo foi nessa noite galardoado com o Emblema de Diamante, por 75 anos de filiação clubista.
Julgo que as palavras então proferidas mantêm toda a actualidade e pertinência. A sua integral reprodução é o meu tributo a esse ilustre Barreirense que hoje se despediu de nós e nos deixou mais pobres.

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Exmo. Presidente da Assembleia-Geral do Futebol Clube Barreirense
Exmo. Presidente da Câmara Municipal do Barreiro
Exmas. Individualidades presentes na Mesa desta Sessão Solene Comemorativa do 94º Aniversário do Futebol Clube Barreirense
Caros Consócios e demais presentes:

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Como muitos de nós, Albino António da Silva Macedo, é associado do Futebol Clube Barreirense desde o seu dia de nascimento.
Ao longo de 75 anos, Albino Macedo dedicou-se de corpo e alma ao engrandecimento e fortalecimento do nosso histórico clube.

Como atleta, destacou-se no basquetebol, tendo apenas representado as nossas cores, ao longo de uma carreira de 17 anos (1946 a 1963). Para a história ficam muitos momentos de glória, daquele que foi capitão do Futebol Clube Barreirense, campeão nacional sénior nas épocas de 1956/1957 e 1957/1958 e capitão da Selecção Nacional sénior de 1957 a 1959.
Como dirigente, Albino Macedo foi pela primeira vez Presidente do FCB com apenas trinta e quatro anos de idade, sendo ainda hoje o associado com maior número de anos como Presidente do clube, onze, entre 1964 e 1992. Desempenhou outros cargos directivos e é, como sabem, actualmente Presidente do Conselho Consultivo e Contas.
A sua dedicação, a sua honestidade, a sua simplicidade, o seu desprendimento material, elevam-no sem qualquer dúvida, ao patamar mais alto de todos quantos têm servido este clube ao longo de noventa e quatro anos.
Em 1958, apenas dois anos após a inauguração do nosso Ginásio-Sede, sensibilidades diversas no seio do clube, dividiam a sua eficácia, dificultavam o seu crescimento, ameaçavam a sua unidade. No Jornal do Barreiro de 20 de Fevereiro desse ano, o associado Fernando de Alenquer, escrevia em artigo de opinião: "O Futebol Clube Barreirense é uma colectividade especial. Pode ser igual a outras, ter pelo menos afinidades que em certos aspectos tornem comum o seu destino; mas nenhuma lhe é paralela no caminho do esforço criador… Mas a sua massa associativa está dividida. O haver numerosos grupos, cada um constituindo, muito naturalmente, um núcleo de opinião e de crítica, não significa divisão perniciosa; pelo contrário, se cada grupo se orientar no sentido do engrandecimento da colectividade, opinando e criticando construtivamente, a revalorização será inevitável e mais rápida… O Barreirense é um clube especial, cheio de popularidade. Mas precisa de unidade. Precisa de que dentro dele se difundam doutrinas que lhe mostrem a sua obra inacabada; que lhe revelem não estar ainda concluída a estrada do seu destino; que lhe mostrem a necessidade de aproveitar valores e de os conjugar no sentido de nunca se perder esse tino que lançou a primeira pedra do ginásio e depois tornou, pelo esforço criador, a obra una e indivisível. É difícil o desiderato? Não se nega a canseira a que obrigará. Mas as tarefas cívicas que decorram dessa obrigação de indivisibilidade, no sentido construtivo, serão benditas. Elas eliminarão, a pouco e pouco a dificuldade de construir elencos directivos e tornarão o Barreirense mais Barreirense – mais progressivo… O Barreirense precisa de todos: dos que só podem pagar a sua quota e dos que, acima de tudo, lhe podem dar a sua inteligência e a sua dedicação".

Como parecem sábias e actuais estas palavras.
Num momento em que tanto pode mudar tão depressa neste grande clube, importa fortalecer a unidade entre todos os Barreirenses, afirmar a sua matriz identitária, onde se destaca a prática tradicional e gloriosa de duas modalidades muito queridas: o futebol e o basquetebol. Albino Macedo, personifica esta perspectiva, passada, actual e futura, de um clube que se quer plural, realista mas ambicioso.
Albino Macedo acompanha com intensidade e paixão todas as actividades do clube. Aos sábados, vemo-lo no Pavilhão Luís de Carvalho, apoiando a equipa sénior de basquetebol, já não amadora como no seu tempo, mas ainda assim peculiar no panorama da modalidade em Portugal, pela afirmação tão forte da sua escola de formação e que a tornam tão respeitada e tão admirada. Aos domingos, é fácil encontrar o Albino no "M
anuel de Mello" ou em qualquer outro campo onde se desloca a nossa mais representativa equipa de futebol.
O Futebol Clube Barreirense sabe honrar e homenagear as suas glórias, os seus mais devotados, competentes, sérios e ilustres associados. Em Novembro de 1959, sendo Presidente Renato Freire, Albino Macedo, ainda praticante de basquetebol, carreira que apenas encerraria cinco anos depois, foi alvo de uma inesquecível festa de homenagem e consagração, promovida no Ginásio-Sede pelo seu clube de sempre. Recebeu com todo o merecimento a Medalha de Mérito e Dedicação do Futebol Clube Barreirense, entregue pelo associado número um, António Maria da Costa. No palco, numa cortina aveludada, podia ler-se: "Obrigado Albino Macedo".

Essas são, também hoje, as minhas últimas palavras, as nossas últimas palavras: "Obrigado Albino Macedo".
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terça-feira, outubro 20, 2009

Exemplar


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O Liverpool perdeu o último jogo da Premier League.
Um golo insólito e susceptível de invalidação ditou a derrota.
No final, Rafa Benitez não se desculpou.
Não atribuiu o insucesso a esse invulgar golo.
Nem se justificou com a arbitragem.
Muito menos com o estado do relvado.
Antes culpou o menor desempenho da sua equipa.
É assim na pátria do futebol.
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Homem livre

Interessante entrevista à VISÃO de António Coimbra de Matos - uma referência da Psicanálise em Portugal.
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Cito uma das passagens, também incluída no livro PERCURSOS:

"O homem livre é aquele que aprende a estar só, a ser capaz de metabolizar as perdas".

segunda-feira, outubro 19, 2009

A (in)felicidade de ser tão alto


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Em 1969, nas festas da Baixa da Banheira, vi o Gabriel - o "Gigante de Moçambique".
A curiosidade levara-me a pedir aos meus pais a quantia necessária para, adquirido o bilhete - lembro-me que caro - entrar no recinto onde, sentado numa poltrona, sossegava um homem grande, muito grande. Um gigante com 265cm de altura.
Recordo a impressão então sentida, feita de uma multiplicidade de sentimentos.
Gabriel foi "exibido pelo país como coisa rara e insólita" [Expresso de 3 de Outubro de 2009].
Casou. Teve 3 filhos.
Morreu em Janeiro de 1993.
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Gheorghe Muresan [na foto], romeno natural de Cluj - cidade nome de clube de futebol onde o treinador e vários jogadores são nossos compatriotas - foi um pouco mais baixo. Mas ainda assim muito alto. "Apenas" 231cm.
Foi um jogador grande de basquetebol. Mas não um grande jogador. Ainda assim passou por grandes clubes: Pau-Orthez, de França e Washington Bullets e New Jersey Nets, da famosa NBA.
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Agora foi a vez do turco Sultan Kosen nos visitar.
247cm. 150Kg de peso.
Desloca-se com grande dificuldade. Em andarilho.
Tentou o basquetebol no Galatasary. Não foi capaz.
Tenta ser feliz. Casando e procriando.
Mas não consegue arranjar namorada - "elas têm medo".
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domingo, outubro 18, 2009

2011 vem já aí


Foi com enorme alegria e sem qualquer hesitação que aceitei o convite formulado pela Comissão Administrativa do Futebol Clube Barreirense para presidir à Comissão Executiva das Comemorações do Centenário.
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Relembro aqui as palavras que escrevi em PROVA DeVIDA - estórias e memórias do meu Barreirense:
"Em 11 de Abril de 2011, o FCB completará 100 anos. Será uma data histórica. E um ano mágico…
Vem longe! Dirão alguns…
Não penso assim!
A cerca de três anos de distância, creio que é tempo de começar a pensar, a programar, a agir. Para que a Festa do Centenário tenha a participação, a grandeza e o brilho que se impõem e exigem. Os associados deverão contribuir com o seu fervor clubista, esforço e talento. A autarquia deverá colaborar com empenho e determinação. Os agentes económicos, desportivos e culturais do Concelho deverão participar activamente.
2011 será um ano inolvidável! De celebração das vitórias. De recordação dos heróis. De perspectivação do futuro. De afirmação de uma grande instituição – o FCB. Construído por todos os Barreirenses. Para todos os Barreirenses.
Impõe-se a constituição de uma Grande Comissão Organizadora dos 100 Anos do FCB. Qualificada, democrática e plural. Quanto antes!".
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Em entrevista hoje publicada no Diário de Notícias o "senador" Ângelo Correia disse que "um grande líder é o que tem uma grande equipa ao seu lado".
Estou completamente de acordo.
Por isso, empenhar-me-ei desde já em constituir uma Comissão Executiva integrada por Barreirenses de reconhecido mérito e inegável capacidade, que saiba honrar a História do clube e mobilizar todos os Barreirenses e o Concelho do Barreiro para a celebração do 1º Centenário do Futebol Clube Barreirense.
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Em breve divulgaremos o "Manifesto do Centenário" e a constituição da Comissão Executiva e da Comissão de Honra.
Até lá... Saudações Barreirenses.

[Publicado em www.rostos.pt Coluna TRIBUNA DO CENTENÁRIO]
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Façam o favor de explicar


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A leitura do caderno destacável "Ranking das escolas SIC/Expresso" não trouxe grandes novidades. Mas deixou-me triste.
No Barreiro, e no que se refere ao ensino secundário, os resultados foram desoladores.
Da avaliação de um total de 504 escolas - públicas e privadas - resulta que apenas a ES Alfredo da Silva - uma vez mais a melhor escola secundária barreirense - obteve um resultado na primeira metade do ranking nacional, ainda assim num modesto 193º lugar, e descendo 44 posições em relação ao ano anterior. As quatro outras escolas secundárias do Barreiro situaram-se entre o 326º lugar (ES de Santo André) e o 451º lugar (ES dos Casquilhos). Pelo meio, as nada abonatórias 352ª e 392ª posições, respectivamente da ES Augusto Cabrita e ES de Santo António.
Além da modéstia das posições obtidas - que nada prestigiam o ensino secundário barreirense - documentei ainda a quase generalizada descida no ranking das nossas cinco escolas. Apenas a Escola Secundária de Santo António melhorou - e de forma significativa - a sua posição relativa, subindo 80 lugares.
Embora também exerça funções docentes, enquanto Assistente convidado da Faculdade de Medicina de Lisboa, desconheço as razões concretas da situação agora confirmada no concelho do Barreiro.
Talvez que alguns bloguistas e cronistas desta cidade me possam esclarecer das causas desta infeliz realidade. A começar pelo meu amigo e professor António José Ferreira, a quem endereço o desafio, interrompendo - se possível, e se for essa a sua vontade - a inevitável, recorrente, consistente e legítima crítica ao "consulado" de Maria de Lurdes Rodrigues.
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quinta-feira, outubro 15, 2009

Semear e colher


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Estes jovens basquetebolistas do FC Barreirense foram campeões nacionais de sub-20. Na época transacta.
Integram agora - na sua quase totalidade - a equipa senior.
Na passada 6ª feira "fizeram a vida negra" ao Benfica.
Que seja para continuar. E para ganhar. Quando for a valer.
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segunda-feira, outubro 12, 2009

Carta Aberta a Carlos Humberto


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Exmo. Presidente da Câmara Municipal do Barreiro:
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É possível que saiba que não pertenço ao conjunto dos Barreirenses que se regozijaram com os resultados eleitorais saídos do sufrágio local de ontem.
Não porque o PCP readquiriu uma maioria absoluta. Mas, simplesmente, porque o PCP ganhou.

Os "meus" - aqueles com quem me identifico nos princípios, mas de quem me separam "coisas" particularmente importantes - não souberam construir uma alternativa minimamente consistente, popular e credível, que cativasse os cidadãos do Barreiro para uma mudança. Que entendo necessária. Que julgo imperiosa.
Foram diletantes - pecado recorrente -, demagógicos - em dose excessiva -, inconsequentes - como quatro anos antes.
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O senhor Carlos Humberto - mais do que o seu partido - foi o grande e único vencedor de ontem.
O senhor Carlos Humberto foi bafejado pela fortuna ao longo do seu mandato. Disso não tem responsabilidade alguma. Mas sabe porque o digo. E, neste aspecto, talvez concorde comigo.
O senhor Carlos Humberto venceu com clareza e toda a justiça. Por mérito próprio - algum. Por demérito alheio - muito.
O senhor Carlos Humberto parece - aos olhos do cidadão comum, mesmo se distante da sua cartilha doutrinária - um "homem bom", simples, cordato, sério e trabalhador.

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Percebi - desde há muito - que este seria o desfecho mais natural.

Testemunhei esta minha previsão. Em privado. E também publicamente.
Porque sou livre e independente. No pensamento. E na acção.
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As minhas convicções políticas estão distantes das suas.

A minha concepção de sociedade democrática e progressiva não está conforme - muito longe disso - com alguns modelos que o senhor e os seus camaradas assumem com sincera e (será mesmo assim?) acrítica adesão.
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Expressa a livre, respeitável e (quem sabe?) sábia vontade dos Barreirenses, é agora tempo de lhe endereçar um desejo. E um pedido:

Que os próximos quatro anos sejam - da sua parte e das equipas que terá que liderar - o tempo de afirmação de um pensamento e de uma prática dialogante, criativa e consequente. Em defesa do Barreiro. Ao serviço dos Barreirenses. Dos que em si votaram. E dos outros - afinal uma... (escassa) maioria.
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Endereço-lhe os parabéns pela vitória alcançada.

Aceite os meus sinceros cumprimentos,
Paulo Calhau
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sábado, outubro 10, 2009

Eu também mudo. Gracias a la vida


Mercedes Sosa (Argentina, 1935-2009)

É verdade!
Tudo muda.
A mudança desafia e assusta.
A toda a hora. Em todos os lugares.
Que poderá mudar amanhã?
Em Portugal. E aqui, no meu Barreiro?

sexta-feira, outubro 09, 2009

Escritos de ontem e de hoje


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Em 13 de Janeiro de 2008, na minha coluna semanal no ROSTOS "Aos Domingos também se escreve", escrevi:
"Parece que a decisão está tomada. O Barreiro vai ser contemplado (beneficiado?) com uma ponte ferro-rodoviária. Fiquei feliz!
Acredito que o Barreiro terá aqui uma excelente mola impulsionadora para um impulso desenvolvimentista e renovador.
A centralidade do Concelho na Margem Sul da Área Metropolitana de Lisboa será agora mais substantiva.
A expansão populacional inverterá o declínio reafirmado pelos últimos censos.
As consequências económicas, sociológicas, culturais e desportivas, serão inevitáveis e previsivelmente favoráveis.
Não tenho certezas. Mas acredito que nos saiu a Lotaria.
Curiosamente na mesma semana em que a Comunicação Social local divulgou um conjunto interessante de obras públicas a decorrer no Concelho do Barreiro. De paternidade repartida entre o anterior e o actual executivos, mas cujo reflexo eleitoral em 2009 deverá beneficiar o PCP e "penalizar" o PS. Injusto? Claro que sim!
Mas se o PS perdeu em 2005 por culpa própria...".
http://rostos.pt/inicio2.asp?mostra=2&cronica=220020
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Duas semanas depois, no texto "Só Barreiro", referi a propósito do PS-Barreiro:
"Por aquilo que me chega através da comunicação social – local e regional – o PS Barreiro está efervescente.
As próximas eleições para a Direcção Concelhia poderão vir a ter vários candidatos. O que à partida é estimulante: mais participação, mais debate, mais reflexão.
Do resultado dessa eleição poderá (ou não) configurar-se o próximo candidato às Eleições Autárquicas de 2009. Eleições que, como escrevi há semanas atrás, serão dificílimas para o PS.
Tenho para mim que o PS apenas tem um candidato barreirense com capacidade para vencer o PCP. Que não participará certamente na próxima pugna partidária. Quererá ele ser candidato? Poderá ele ser candidato? Seria o meu candidato. Teria o meu voto".
http://rostos.pt/inicio2.asp?mostra=2&cronica=220024
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Como então antecipei, o "meu" candidato não se apresenta a votos para a Câmara Municipal do Barreiro.
Lamento, meu Amigo.
Teria sido uma manifestação esplendorosa de devoção e de amor à Cidade onde nascemos, crescemos e nos fizemos homens.
Compreendo que a superior capacidade e o invejável currículo que ostentas te continuem a perspectivar outros "voos".
Seria uma disputa muito difícil. Como bem sabemos.
Mas seria um combate com possibilidade de sucesso.
Assim... adivinha-se uma derrota. Penosa. Evitável. Gravosa.
Perde o PS-Barreiro. E perde o Barreiro.
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quinta-feira, outubro 08, 2009

Um bom aluno. Um bom atleta?


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A consulta diária do sítio oficial do Barreirense Basket trouxe a novidade: Colin McIntosh, 23 anos, 2.02m e 95Kg, é a primeira aquisição para esta época.
O autor da notícia reproduziu um texto extraído da inevitável pesquisa do Google: "Durante a sua passagem por Vermont foi distinguido pela competitiva conferência America East com o prémio de Academic Honor Roll, galardão dado a alunos que se evidenciam pela sua prestação nas salas de aula".
Bom. O que se espera do Colin é que ganhe muitos ressaltados, efectue desarmes de lançamento em todos os jogos e seja eficaz na concretização de curta, média e longa distância.
"Apenas" isto? Não!
Que seja disciplinado e disciplinador. Lutador e ambicioso. Saudavelmente irreverente. À imagem do jovem plantel do Barreirense - exclusivamente constituído por estudantes, quase todos universitários.
Ter sido um estudante de eleição, e como tal premiado, chegará para tanto? É, pelo menos, um bom cartão de visita.
De Colin McIntosh espera-se que seja exemplar.
Bem diferente - para melhor - de dois compatriotas que o antecederam.
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segunda-feira, outubro 05, 2009

Falar verdade...

Percebe-se que a direita não tenha gostado dos resultados eleitorais de há uma semana.
Compreende-se alguma decepção. Desilusão. Azia... até.
Mas daí até menorizar - quase diabolizar - os que votaram à esquerda...
Revela uma redutora e discutível formação democrática.
E não me estico na linguagem.
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Não discuto o prestígio nem a influência de Maria João Avillez (MJA) - uma decana do jornalismo português.
Mas também não aceito algumas dos seus trabalhos e intervenções - panfletários, parciais, redundantes, profundamente contraditórios.

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Um exemplo. Recente.
No último número da SÁBADO, na página de Opinião "Dia sim dia não", MJA enalteceu, uma vez mais, as "características da personalidade desta mulher notável - que muito considero".

Escrevia, obviamente (!?), a propósito de Manuela Ferreira Leite (MFL).
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Classificou de "gaffes assassinas" a escolha de António Preto para as listas ao Parlamento e as referências da líder laranja ao "famoso ilhéu".

E eu pergunto:
- isto foram gaffes?
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Classificou MFL de "pouco política, pouco dúctil, pouco amiga de ouvir e ainda mais de partilhar uma ideia ou uma opinião, ... [agindo] sozinha ou quase, quase".

E eu pergunto:
- em que ficamos?
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MJA acusou a campanha da esquerda democrática.

E escreveu: "mentiu-se, manipulou-se, insultou-se, acusou-se, usou-se sem pudor e sem sombra de pecado o Palácio de Belém e o seu principal inquilino... que o que o que tem de ser, tem muita força".
E eu pergunto:
- será que o seu partido se viu ao espelho?
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Talvez que a próxima gerência do PSD possa ver em MJA uma boa solução para a direcção do POVO LIVRE.
Não creio que MJA achasse uma má ideia.
Os seus líderes são sempre... notáveis.
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A crise no mundo


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A imprensa escrita atravessa - não é novidade para ninguém - uma grave crise, de dimensão quase generalizada.
"Notre Combat" texto extenso e muito bem estruturado de Serge Halimi - director e chefe de redacção de LE MONDE diplomatique - alerta-nos na edição de Outubro para as enormes dificuldades financeiras que perseguem e ameaçam o jornalismo em suporte de papel.
Daí o apelo - quase dramático - com que o autor interpelou os seus leitores. Solicitou-lhes uma maior aquisição em banca, uma intensificação de assinaturas, a adesão à associação dos "Amies du Monde diplomatique" e - surpreendam-se! - a prática de donativos - premiada com estimulantes deduções fiscais.
É óbvio que estamos perante um projecto editorial e uma estrutura accionista peculiares e excepcionais no universo empresarial da imprensa. Mas que não deixa de ser curioso...
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Viva a República!

Reproduzo o que aqui escrevi há precisamente um ano:
"A História não aconteceu exactamente da forma como alguns republicanos mais jacobinos nos contaram.
Ainda assim, vale a pena lembrar e celebrar o 5 de Outubro de 1910.
Sou Republicano!
Viva a República!".
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Um olhar porventura mais atento tem-me permitido constatar que há, nomeadamente na intelectualidade portuguesa, uma simpatia pela Causa Monárquica que não é desprezível - embora claramente minoritária -, merece ser analisada, compreendida e, sobretudo, respeitada.
Mas, embora não saiba lá muito bem o que é isso da "Ética Republicana", o meu apego ao Republicanismo não esmoreceu.
Mesmo quando a República revela algumas fragilidades, é varrida por tanta inépcia e manchada por este obsceno e intolerável nível de corrupção...
VIVA A REPÚBLICA!
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sexta-feira, outubro 02, 2009

Brel chante Amsterdam

Pela Liberdade. Sempre!


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O Diário de Anne Frank emocionou-me muito.
Foi apenas há cerca de uma década que o li.
Agora, foi tempo de visitar o lugar onde permaneceu escondida das forças ocupantes nazis.
Não me faltou a raiva pelas imagens e pelos textos que suportam o percurso da casa-museu.
Uma sensação semelhante àquela que me percorreu quando, em 1993, visitei o Haus Am Checkpoint Charlie. Na Berlim recém-libertada do comunismo.
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Vincent


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O suicídio roubou-lhe a vida muito cedo. Aos 37 anos.
Ficou a Obra. Extraordinária na qualidade. Rica na diversidade técnica. Evolutiva na utilização das cores.
Grande pintor. Magnífica exposição.
Aqui, em Amsterdam. No Van Gogh Museum.
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