sexta-feira, novembro 20, 2009

Prémio


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Não conheço a concorrência. Mas ser o escolhido entre 241 candidatos de 27 países diz tudo.
Desde o número um que o jovem i - superiormente dirigido por Martim Avillez Figueiredo - não pára de me surpreender. Por isso lhe tenho sido fiel.
O European Newspaper Award vale.
Parabéns!
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terça-feira, novembro 17, 2009

Atena


"Sábio é o pai que conhece o seu próprio filho"
William Shakespeare
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segunda-feira, novembro 16, 2009

Antecipação científica?



De leitura simples, agradável, divertida, bem humorada e inteligente.
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Falo do último livro
de Mário Zambujal
"Uma noite não são dias".
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Um breve excerto
que talvez vos estimule
o apetite:



"[...] Grace dirige-se ao receptáculo do correio. Não é diligência obsoleta, voltou o costume das cartas. A razão do recuo é o avanço das técnicas. Tudo quanto é telefone corre o risco de ser escutado por ouvidos intrusos. A tecnologia de audições coscuvilheiras, restrita às polícias no princípio do século, entrou depois no grande bazar da net e adquire-se a preços de pechincha na Praça de Espanha e no Martim Moniz. Qualquer bicho metediço põe a orelha nas conversas dos outros. O mesmo acontece com os ultra-sensíveis microdireccionais que permitem ouvir, de uma carrinha estacionada no quarteirão, o que se diz em casa de cada um. As próprias mensagens electrónicas são devassadas por intrometidos sem cara e sem nome. E não é raro que os homens de negócios, sentados à mesa do almoço, dialoguem trocando bilhetinhos."
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in "Uma noite não são dias. Intriga e paixões no esquisito ano de 2044"
Mário Zambujal
Edições Planeta
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sábado, novembro 14, 2009

Desta vez... gostei

Grande entrevista de Maria Filomena Mónica a Mário Crespo. Na SIC-N. Quarta-feira, 11.
A partir da biografia de Fontes Pereira de Melo, um belo olhar pela história moderna e contemporânea de Portugal.
Na véspera estive com o livro em mãos. Optei pela compra de Francisco Louçã - Biografia. Bem arrependido estou...

domingo, novembro 08, 2009

Juntos para vencer


Enquanto a página das Comemorações do Centenário do Futebol Clube Barreirense (FCB) não estiver disponível no ciberespaço, os leitores de ROSTOS poderão contactar a Comissão Executiva através do meu e-mail, indicado no final deste texto.
Desde o primeiro momento em que foi divulgada a constituição da Comissão Executiva, têm-nos sido dirigidas diversas mensagens de apoio e encorajamento. E temos recebido múltiplas disponibilidades de colaboração, facto que nos deixou profundamente optimistas e fortalecidos na vontade de, com os demais Barreirenses, prosseguir esta estimulante e honrosa missão.
Não importa, para já, nomear as personalidades que vieram até nós – Comissão Executiva – e se prontificaram a dizer presente. Interessa sobretudo, neste momento, realçar a simpatia e o interesse que muitos vêm revelando a propósito do Centenário do FCB.

Em 2005, no Jornal do Barreiro, e mais tarde no meu livro PROVA DeVIDA – Estórias e memórias do meu Barreirense, escrevi:
"Temos orgulho da nossa obra, do contributo para a formação cívica e desportiva de sucessivas gerações de cidadãos, de todos eles, dos que sempre permaneceram entre nós e daqueles que optaram pela diáspora.
[…] É verdade que o conhecimento do nosso curriculum vitae é fundamental para se compreender a nossa Matriz e a forma serena, estóica e consequente como fomos forjando a nossa Identidade. O livro 70 Anos de Vida do Futebol Clube Barreirense, de José Rosa Figueiredo, os espólios de Alfredo Zarcos (doado por seu filho à Câmara Municipal do Barreiro) e de Carlos Silva Pais (regularmente divulgado nas páginas do Jornal do Barreiro), são alguns exemplos de fontes que considero fundamentais para o aprofundamento desse conhecimento. Mas está ainda por fazer a História do FCB. A narração de todas as suas modalidades, dos seus mais ilustres protagonistas, dos momentos de glória e dos períodos de ocaso. A análise fria, rigorosa e científica, que apenas os académicos estão apetrechados para concretizar. Um tema para Tese de Mestrado, porque não?
Ao aproximar-se de forma célere do seu centenário, o FCB debate-se com dificuldades financeiras, limitações estruturais, dúvidas existenciais e divisões internas, que podem tolher o futuro, próximo e distante, e comprometer o seu crescimento e desenvolvimento. Todos não seremos demais para prosseguir o nosso belo destino colectivo.
Sabemos quantos somos [Novembro de 2006]: 5.018 associados. Sabemos também que 1.452 (29%) são menores de 18 anos, que apenas 755 (15%) são mulheres e que escassos 410 (8%) residem fora do Concelho do Barreiro.
Mas pergunto:
- quem são os Barreirenses?
- como vêm o FCB?
- o que querem os Barreirenses?
- como projectam o FCB do século XXI?
E interrogo-me ainda:
- quantos são estudantes?
- quantos são trabalhadores no activo e em que actividades profissionais?
- quantos são os aposentados e reformados?
- qual a sua ligação, passada ou presente, ao clube?
- qual o seu grau de instrução?
- qual a sua condição económica?
- quais os seus hobbies predilectos?
- que outra(s) simpatia(s) clubista(s)?
Este estudo do nosso clube, demográfico e sociológico, aqui muito sumariamente esboçado, mas que considero necessário e inadiável, deverá constituir uma ferramenta imprescindível para a definição e a clarificação da nossa Identidade, a forma mais rigorosa e científica de conhecermos o sentir e o pulsar daquilo que é a principal riqueza e património do FCB, a massa associativa".

A verdade é que a consulta e a análise da base de dados dos sócios do FCB revela vulnerabilidades que importa conhecer e ultrapassar.
Na impossibilidade de antecipar todos quantos estão disponíveis para se juntar a nós, é importante que se perceba e se divulgue que, como aqui referi no passado domingo, as portas estão abertas para todos os Barreirenses.
Pela nossa parte, nada justificará que aqueles que estão predispostos a colaborar nas Comemorações do Centenário do FCB não dêem o primeiro passo e se inibam de transmitir essa vontade de forma espontânea.
Todos os contributos serão desejáveis e bem-vindos. Todas as ideias, todas as sugestões merecerão a nossa apreciação.
Saudações Barreirenses.

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[Publicado em www.rostos.pt Coluna TRIBUNA DO CENTENÁRIO]
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quinta-feira, novembro 05, 2009

Vacina H1N1 - uma perspectiva


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Na edição de ontem do The New England Journal of Medicine - provavelmente a melhor publicação médica mundial - Alexandra M. Stewart, da George Washington University Medical Center and George Washington University School of Public Health and Health Services, Washington, DC., desenvolve no texto "Mandatory Vaccination of Health Care Workers", de forma muito oportuna e interessante, a propósito da vacinação contra o vírus H1N1, a aparente dicotomia liberdade individual vs interesse público.
Num momento em que venho constatando tanta ignorância, demagogia e irresponsabilidade na abordagem desta temática, recomendo a sua leitura, também acessível em http://content.nejm.org/cgi/content/full/NEJMp0910151
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domingo, novembro 01, 2009

De porta aberta



A equipa que me vai acompanhar na Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do Futebol Clube Barreirense (FCB) – e que aqui revelei no passado domingo – tem um vasto conjunto de ideias programáticas para estudar, seleccionar e implementar.
Mas a Comissão Executiva também sabe que tem uma multiplicidade de desafios e dificuldades que pretende afrontar com todo o empenho, inteligência, criatividade, equilíbrio e bom senso.
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Uma das questões que a Comissão Executiva abordou na passada quinta-feira, na sua primeira reunião, e que entende fulcral e decisiva para o pretendido e expectável sucesso das Comemorações do Centenário, prende-se com o nível de participação dos Barreirenses que virá a ser alcançado.
Participação na formulação de propostas, de ideias e de sugestões. E na integração dos diversos grupos de trabalho que serão brevemente definidos por cada um das áreas sectoriais definidas na estrutura orgânica da Comissão Executiva.
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As Comemorações do Centenário do FCB – que decorrerão entre as 0 horas de 12 de Abril de 2010 e as 24 horas de 11 de Abril de 2011 – deverão constituir-se como um grande momento de participação, de reencontro e de unidade entre todos os Barreirenses.
Será um tempo para evocar a História do clube. Para enaltecer a sua importância para o desporto – no Barreiro em Portugal. E para projectar o Futebol Clube Barreirense do século XXI.
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Estamos conscientes das contrariedades que encontraremos para mobilizar todos os Barreirenses.
Sabemos que muitos associados se foram afastando do contacto regular com o clube, mas não diminuíram a sua ligação afectiva para com ele.
Lamentamos a desfiliação de todos os que, em algum momento, e por razões que não importa aqui nem agora analisar, perderam uma anterior vinculação identitária com o FCB.
Reconhecemos que não somos hoje um clube com a desejável e necessária implantação em vários sectores da Comunidade Barreirense. A juventude, a intelectualidade e o mundo empresarial são apenas alguns exemplos ilustrativos e demonstrativos desta realidade.
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Há então – não o podemos ignorar – muito caminho por percorrer, obstáculos por ultrapassar, desânimos por demover, desistências por inverter, incompreensões por clarificar, agravos por resolver.
No contexto actual da nossa vida associativa – tão difícil e acossado – a Comissão Executiva das Comemorações do Centenário não se poupará a esforços para promover o reencontro dos Barreirenses com o seu clube. E tudo fará para ajudar os actuais Corpos Sociais na revitalização – quiçá refundação – do Futebol Clube Barreirense.
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O desafio está lançado. E o convite formulado.
Os Barreirenses estão desde já convocados. A aderir, a colaborar, a participar.
As portas estão abertas. Para todos.
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[Publicado em www.rostos.pt Coluna TRIBUNA DO CENTENÁRIO]
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Espero bem que sim


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"O PÚBLICO inicia hoje uma nova etapa da sua história. Quase 20 anos depois do primeiro dia, uma nova direcção, um novo começo. Um tempo mais difícil, também.Há 20 anos, tivemos a ousadia de em Portugal seguir os paradigmas da grande imprensa europeia e conseguimos ser hoje uma referência sem paralelo na imprensa diária portuguesa.
Os ideais originais estão vivos - qualidade e rigor, distanciamento, independência e integridade. Olhamos para o jornalismo como parte nuclear da democracia e da liberdade e vamos exercê-las informando, questionando e investigando. Podemos escolher as palavras justas em nome da convicção com que as sustentamos - convicção num jornalismo forte, profundo e livre. Isso é fácil. A confiança no jornalismo, no entanto, já viveu melhores dias.
O fundador deste jornal, Vicente Jorge Silva, disse num texto recente que a credibilidade da imprensa de referência ficou seriamente afectada pelos incidentes que rodearam a última campanha para as legislativas. Um balanço duro, mas uma conclusão lúcida.
Não temos nada a acrescentar a uma polémica sobre a qual tudo está dito e da qual não ficaremos reféns. A razão de estarmos aqui hoje é anterior a tudo isso. Mas não escamoteamos o facto de ser nossa primeira obrigação repor essa credibilidade ameaçada, conscientes que estamos da percepção pública de um excesso de peso ideológico no jornal. Acreditamos num jornalismo culto e responsável, que desafia o sensacionalismo ese foi tornando as agendas informativas cada vez mais estreitas."
[excerto do editorial de hoje do PÚBLICO "Um novo começo"]
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Bárbara Reis asumiu hoje a direcção do diário que me habituei a acompanhar quase diariamente, desde a sua já longa fundação.
A minha relação com o PÚBLICO foi esmorecendo nos últimos tempos.
Não apenas pelo episódio das escutas. Mas porque uma evidente quebra na qualidade me fez procurar outras fontes jornalísticas, outros prazeres de leitura.
Não sei o que vai mudar. Mas sei que é preciso mudar!
Vou estar atento...
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Uma perda mais


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Nem sempre acompanhei com regularidade e intensidade os seus programas de autor.
Mas nos últimos tempos, a sua voz esteve comigo muitas noites. A partir das 23 horas.
Na RADAR. No seu Viriato 25.
Faleceu ontem. Aos 59 anos.
António Sérgio. Um grande radialista.
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Horas rubras



Horas Rubras

Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

Oiço olaias em flor às gargalhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas...

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve e branca e mist'riosa...
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

Florbela Espanca
in "Livro de Sóror Saudade"
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