Percebe-se que a direita não tenha gostado dos resultados eleitorais de há uma semana.
Compreende-se alguma decepção. Desilusão. Azia... até.
Mas daí até menorizar - quase diabolizar - os que votaram à esquerda...
Revela uma redutora e discutível formação democrática.
E não me estico na linguagem.
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Não discuto o prestígio nem a influência de Maria João Avillez (MJA) - uma decana do jornalismo português.
Mas também não aceito algumas dos seus trabalhos e intervenções - panfletários, parciais, redundantes, profundamente contraditórios.
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Um exemplo. Recente.
No último número da SÁBADO, na página de Opinião "Dia sim dia não", MJA enalteceu, uma vez mais, as "características da personalidade desta mulher notável - que muito considero".
Escrevia, obviamente (!?), a propósito de Manuela Ferreira Leite (MFL).
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Classificou de "gaffes assassinas" a escolha de António Preto para as listas ao Parlamento e as referências da líder laranja ao "famoso ilhéu".
E eu pergunto:
- isto foram gaffes?
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Classificou MFL de "pouco política, pouco dúctil, pouco amiga de ouvir e ainda mais de partilhar uma ideia ou uma opinião, ... [agindo] sozinha ou quase, quase".
E eu pergunto:
- em que ficamos?
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MJA acusou a campanha da esquerda democrática.
E escreveu: "mentiu-se, manipulou-se, insultou-se, acusou-se, usou-se sem pudor e sem sombra de pecado o Palácio de Belém e o seu principal inquilino... que o que o que tem de ser, tem muita força".
E eu pergunto:
- será que o seu partido se viu ao espelho?
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Talvez que a próxima gerência do PSD possa ver em MJA uma boa solução para a direcção do POVO LIVRE.
Não creio que MJA achasse uma má ideia.
Os seus líderes são sempre... notáveis.
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