Passam amanhã 35 anos da publicação de PORTUGAL E O FUTURO, de António de Spínola.
Tinha 16 anos. E, como a generalidade dos portugueses, uma preparação política muito rudimentar.
Mas sei que tinha uma convicção: era contrário à ditadura do Estado Novo.
Nesse mês de Fevereiro o meu pensamento estava já muito focalizado na viagem de finalistas do 7º ano do Liceu Nacional do Barreiro, que decorreria em Março. A Espanha. Torremolinos.
Mas recordo um episódio. Feliz. Importante.
O meu vizinho do 3º dto, numa noite desse Fevereiro de 1974, bateu à nossa porta e apresentou-nos o livro de capa branca do general de pingalim e monóculo.
Fiz a sua leitura nos dias seguintes. Avidamente
Não tive uma noção plena da sua importância.
Mas tive uma percepção. A de que o regime e o poder estavam fragilizados. E que algo poderia acontecer - num horizonte temporal próximo (?) - no sentido do seu derrube.
Intuição certeira.
Em Março, o golpe fracassado das Caldas foi o prenúncio.
E a 25 de Abril… a Alvorada.
a