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Não partilho da ideia de que há leituras de verão.
Ou de férias. Se preferirem.
Mas reconheço que este é um tempo especial, muitas vezes com mais disponibilidade para desfrutar do prazer de um bom livro.
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Não tenho, nunca tive, qualquer relação com Angola.
Mas, de quando em vez, dedico algum espaço à literatura desse rico pais africano (José Eduardo Agualusa) ou a textos que vão sendo editados acerca da sua história política, sobretudo decorrente da independência.
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Purga em Angola de Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus (Texto Editores 2009, em 3ª Edição revista e actualizada) aborda os trágicos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, quando "Nitistas" e "Netistas" se confrontaram numa luta fraticida e sanguinária de que terão resultado mais de 30.000 mortos.
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Purga em Angola pareceu-me uma investigação bem sustentada em termos de fontes (bibliográficas e outras).
Mas nem sempre clara, no que se refere aos fundamentos políticos do conflito, ao papel de algumas das grandes potências de então (EUA, URSS e China), às componentes rácicas da disputa, ao empenhamento de militantes do PCP (nomeadamente Sita Valles).
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Apesar de algumas reticências iniciais manifestadas pelos autores à apressada e dogmática formação e consistência políticas de Nito Alves, Purga em Angola parece sobretudo um texto (justamente) acusatório ao regime de Agostinho Neto, Lúcio Lara e Iko Carreira, saído de 11 de Novembro de 1975.
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Angola merece um poder não corrupto.
Os angolanos merecem mais democracia e mais desenvolvimento.
Como ontem bem lembrou Hillary Clinton.
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