sábado, setembro 27, 2008

Os limites da tolerância


Muitos dos processos de construção – individuais e colectivos – em que nos empenhamos ao longo da vida, não são isentos de escolhos e dificuldades. Estão baseados e suportados em valores de confiança, lealdade e partilha. São percursos lentos, complexos, contraditórios. A inveja e o ciúme que por vezes despertam e estimulam, não podem – não devem – fazer-nos vacilar e desistir. Bem pelo contrário. Sobretudo quando estamos conscientes e convictos da sinceridade e da grandeza dos nossos propósitos. É nossa obrigação, nesses momentos, seguir em frente – sem medos e sem tergiversações.
A aceitação do comentário e da crítica são fundamentais no processo criativo. São dialecticamente correctores dos nossos erros de análise. São promotores de novos contributos. São estimuladores de outras concepções e de práticas mais adequadas.

Mas, quando a crítica se torna permanente, obsessiva, destrutiva e atentatória do bom-nome e da honra… Desagrega, distancia, devasta.
“Tudo compreender é tudo perdoar”. Citei Jean Paul Sartre recentemente, noutro local e noutro contexto. Defini aquela expressão como “fantástica e simples (apenas na aparência)”. Reafirmo-o! Mas por vezes há limites. Que fazer então?