sábado, junho 06, 2009

Diz-me o que lês...


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A revista LER deste mês de Junho solicitou aos cabeças-de-lista às "europeias" que sugerissem leituras aos seus adversários.
Foi um exercício curioso, muito interessante, particularmente revelador.
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O menos concreto: Nuno Melo.
Respondeu assim: «Pensar a escolha literária pela conotação política será preconceito. Muito normal em muitos sectores, mas que a mim não faz particularmente sentido. Uma pessoa de direita pode apreciar García Márquez, e uma pessoa de esquerda gostar mais de Vargas Llosa. Da mesma forma que uma pessoa de direita poderá apreciar uma pintura de Picasso, ao passo que uma de esquerda gostará mais de Dali. Desejo que leiam muito, apesar de tudo».
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O mais arrogante: Vital Moreira.
Sugeriu o seu Nós, Europeus.
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A mais previsível: Ilda Figueiredo.
Recomendou Sobre o Capitalismo Português para Vital Moreira, Décadas de Europa para Paulo Rangel, Dossier Tarrafal para Nuno Melo e Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal para Miguel Portas.
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O mais português: Paulo Rangel.
Com as "ofertas" de José Tolentino de Mendonça (De Igual para Igual) para Vital Moreira, Padre António Vieira (A História do Futuro) para Ilda Figueiredo, Francisco Lucas Pires (O Que é a Europa) para Nuno Melo, e Eduardo Lourenço (Nós e a Europa ou As Duas Razões) para Miguel Portas.
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O mais poliglota: Miguel Portas.
Com as escolhas de Périplo (Miguel Portas e Camilo Azevedo) para Vital Moreira, O Capital (Karl Marx, prefaciado por Vital Moreira) para Paulo Rangel, Making people illegal: what globalization means for migration and law (Catherine Dauvergne) para Nuno Melo e Cinquant´ánni d´Éuropa, una lettura antiretorica (Luciana Castellina) para Ilda Figueiredo.
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Apetece dizer:
- Diz-me o que lês, dir-te-ei quem és.
Ou, noutro registo...
- Diz-me o que recomendas, saberei como me olhas.
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