quinta-feira, junho 18, 2009

Pode alguém ser quem não é?


Metamorphosis of Narcissus
Salvador Dali (1937)
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Parece que José Sócrates quis mudar.
Mostrar que está diferente.
Ou, pelo menos, parecer diferente.

É tarde.
Despropositado.
E inútil.

Os portugueses estão fartos dele.
Os que não foram às urnas - imensos.
Quem não votou PS - muita gente.
E, especulo, uma parcela do seu eleitorado de 7 de Junho.

Sobram poucos.
Ou, dito de outra forma, não restam muitos.
Uns por convicção. Outros por carreirismo político.

O debate intra-partidário foi - ao que parece - secando.
O espaço para a crítica foi - dizem - minguando.
O pântano foi - admito - crescendo.

Já se terá visto um cenário semelhante noutros tempos.
Com outros actores.
Do PS como do PSD.
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Houve Congresso em Fevereiro? Houve.
Para reflectir? Para corrigir? Não parece.
Então... serviu para quê? Para nada, ou muito pouco.
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Erros na governação? Haverão sempre.
Tendência para o autismo? Também.
Temor pela crítica? Ai, ai.
Agressividade e intolerância? Depende.
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assessores de imagem? Sim.
Comissões políticas? Obviamente.
Tácticas e estratégias colegiais? Não sei.
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Muitos calaram? Foi pena.
Pensam mais neles que no seu partido.
Esperam pela sua vez.
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Outros objectaram? É verdade.
Mas que significam? Que mais-valia representam?
Hum...
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Agora é tarde.
Metamorfose no estilo? Soa a falso.
Remodelação governamental? Seria patético.
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Resta ao PS uma só via...
Dramatizar!
Contra a ameaça da ingovernabilidade.
Contra os perigos de certa esquerda.
Contra...
.
O resultado? Uma incógnita.
Às vezes dá.
Outras vezes não.
Creio que é esta hipótese que vai ocorrer em Outubro.
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