quinta-feira, outubro 02, 2008

Eduardo PC


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Volto a Eduardo Prado Coelho.
Dele escreveu Helena Vasconcelos - sua grande amiga: "Foi a personagem da cultura portuguesa mais versátil, surpreendente, complexa e completa das últimas três décadas... A sua voracidade pelo conhecimento era memorável: literatura, música, cinema, teatro, artes plásticas, ciência, política, ciências sociais... nada lhe escapava."
Foi professor, ensaísta, escritor, crítico literário, polemista. Cronista do Público desde o número inaugural. Intelectual de esquerda, com passagem pelo PCP, pela UEDS e pelo PS.
Recordo a sua participação, inteligente e tranquila, nos debates cinéfilos do Casino da Figueira - talvez em 1978 - em mais uma edição do Festival Internacional da Figueira da Foz. Com José Camacho Costa, Jorge Leitão Ramos, Marguerite Duras e tantos outros mais ou menos anónimos. Recordo as intervenções televisivas - quase sempre na área da cultura.
Recordo as participações na imprensa escrita - cultas e multifacetadas.
Deixou-nos há pouco mais de um ano, a 25 de Agosto de 2007.
Tenho saudades de "Eduardo PC" - como alguns jocosamente lhe chamavam logo após Abril de 1974, creio que ainda militante comunista.
No sítio La Insignia Helena Vasconcelos escreveu ainda: "Perder um amigo é muito doloroso. Teres perdido a vida tão cedo - tu, que ainda tinhas tanto que fazer - é vergonhoso."
Também lamento muito a perda de Eduardo Prado Coelho. Era por ele, pelo seu Fio do Horizonte que, de segunda a sexta-feira, eu começava a minha leitura diária do Público. Sinto muito a sua falta.

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