E o Basket não acabou!
Agora, que decorreu algum tempo desde o final da minha passagem pelos Órgãos Sociais do FCB, é já possível, com algum distanciamento, que a História sempre exige, fazer um balanço do trabalho realizado pelas equipas que integrei.
No Basquetebol, onde desenvolvi a parte mais substantiva da minha actividade, os objectivos fundamentais foram alcançados: manutenção do clube na Liga Profissional e salvaguarda dos activos mais importantes, com destaque para João Betinho Gomes – cuja transferência para Espanha em 2007 representou um encaixe financeiro excepcional para a realidade do basquetebol português. Os resultados desportivos da equipa sénior ficaram aquém da nossa ambição, certamente maior que a estrutura financeira disponível. Na época de 2004/2005, obtivemos o 9º lugar (12 equipas) e ficámos afastados do playoff, insucesso que veio também a ocorrer na época seguinte (10º lugar entre 12 equipas). A participação nos chamados pontos altos restringiu-se à presença na Final a 8 da Taça de Portugal 2004/2005. Mas, em contrapartida, o sucesso das equipas jovens foi retumbante. Estivemos presentes nas 8 Final Four nacionais dos 4 escalões (sub-20, sub-18, sub-16 e sub-14) e conquistámos 5 (!). A Secção de Basquetebol, pese embora as dificuldades económico-financeiras que enfrentou, não se poupou a esforços para honrar os compromissos assumidos e, nos dois anos, teve um cumprimento das previsões orçamentais que considero muito aceitável. Foi uma Secção participada e dinâmica, que realizou eventos complementares de grande qualidade e significado (Galas, Espectáculos de Fado e Jazz, Torneios, Clinics), produziu um Site oficial e editou uma revista. Foi uma Secção democrática e plural, mas tolhida, em demasia, por conflitos e contradições, que se foram tornando perniciosos e insanáveis.
No Futebol, que acompanhei com a proximidade possível, mas sem qualquer função executiva, o destaque positivo foi a subida à Liga de Honra em 2004/2005. Todavia, o investimento efectuado na época seguinte revelou-se desastroso e o FCB desceu à II Divisão, com um passivo assustadoramente acrescido. Ainda que com deploráveis estruturas, o futebol juvenil esteve presente nos Campeonatos Nacionais de Iniciados, Juvenis e Juniores.
O Xadrez e o Kickboxing prosseguiram actividades muito profícuas. A Ginástica e a Natação continuaram um exercício digno, mas debatendo-se, sobretudo a última, com crónicas dificuldades estruturais.
A venda do ‘Manuel de Mello’ e de uma parcela da Verderena foi inevitável para que o FCB pudesse saldar dívidas inadiáveis ao Fisco, à Segurança Social e a outros credores. Num contexto económico da região e do país particularmente desfavorável para as nossas pretensões, foi possível efectuar uma transacção em condições financeiras interessantes. Mas não se acautelou previamente a aquisição de espaços alternativos, financeiramente viáveis e sustentáveis. Bem sei que a área do Concelho do Barreiro é exígua, os terrenos disponíveis, públicos e privados, relativamente limitados e, no último caso, facilmente inflacionados. Pelo que a actual situação é preocupante, mas não irremediável.
A comemoração do Cinquentenário do Ginásio-Sede foi digna e meritória, embora não se tivessem estimulado e aprofundado fórmulas mais empenhadas e criativas de dinamização e atracção do universo Barreirense.
ccc
Agora, que decorreu algum tempo desde o final da minha passagem pelos Órgãos Sociais do FCB, é já possível, com algum distanciamento, que a História sempre exige, fazer um balanço do trabalho realizado pelas equipas que integrei.
No Basquetebol, onde desenvolvi a parte mais substantiva da minha actividade, os objectivos fundamentais foram alcançados: manutenção do clube na Liga Profissional e salvaguarda dos activos mais importantes, com destaque para João Betinho Gomes – cuja transferência para Espanha em 2007 representou um encaixe financeiro excepcional para a realidade do basquetebol português. Os resultados desportivos da equipa sénior ficaram aquém da nossa ambição, certamente maior que a estrutura financeira disponível. Na época de 2004/2005, obtivemos o 9º lugar (12 equipas) e ficámos afastados do playoff, insucesso que veio também a ocorrer na época seguinte (10º lugar entre 12 equipas). A participação nos chamados pontos altos restringiu-se à presença na Final a 8 da Taça de Portugal 2004/2005. Mas, em contrapartida, o sucesso das equipas jovens foi retumbante. Estivemos presentes nas 8 Final Four nacionais dos 4 escalões (sub-20, sub-18, sub-16 e sub-14) e conquistámos 5 (!). A Secção de Basquetebol, pese embora as dificuldades económico-financeiras que enfrentou, não se poupou a esforços para honrar os compromissos assumidos e, nos dois anos, teve um cumprimento das previsões orçamentais que considero muito aceitável. Foi uma Secção participada e dinâmica, que realizou eventos complementares de grande qualidade e significado (Galas, Espectáculos de Fado e Jazz, Torneios, Clinics), produziu um Site oficial e editou uma revista. Foi uma Secção democrática e plural, mas tolhida, em demasia, por conflitos e contradições, que se foram tornando perniciosos e insanáveis.
No Futebol, que acompanhei com a proximidade possível, mas sem qualquer função executiva, o destaque positivo foi a subida à Liga de Honra em 2004/2005. Todavia, o investimento efectuado na época seguinte revelou-se desastroso e o FCB desceu à II Divisão, com um passivo assustadoramente acrescido. Ainda que com deploráveis estruturas, o futebol juvenil esteve presente nos Campeonatos Nacionais de Iniciados, Juvenis e Juniores.
O Xadrez e o Kickboxing prosseguiram actividades muito profícuas. A Ginástica e a Natação continuaram um exercício digno, mas debatendo-se, sobretudo a última, com crónicas dificuldades estruturais.
A venda do ‘Manuel de Mello’ e de uma parcela da Verderena foi inevitável para que o FCB pudesse saldar dívidas inadiáveis ao Fisco, à Segurança Social e a outros credores. Num contexto económico da região e do país particularmente desfavorável para as nossas pretensões, foi possível efectuar uma transacção em condições financeiras interessantes. Mas não se acautelou previamente a aquisição de espaços alternativos, financeiramente viáveis e sustentáveis. Bem sei que a área do Concelho do Barreiro é exígua, os terrenos disponíveis, públicos e privados, relativamente limitados e, no último caso, facilmente inflacionados. Pelo que a actual situação é preocupante, mas não irremediável.
A comemoração do Cinquentenário do Ginásio-Sede foi digna e meritória, embora não se tivessem estimulado e aprofundado fórmulas mais empenhadas e criativas de dinamização e atracção do universo Barreirense.
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Cumprir a palavra…
Penso ter ficado claro para os meus companheiros de Direcção, nas reuniões quinzenais, em conversas particulares e pela minha praxis que, embora tenha integrado os Órgãos Sociais do FCB como Vogal em representação da Secção de Basquetebol, sou, acima de tudo, um Barreirense. Amante de todas as modalidades, e muito em particular do futebol e do basquetebol.
E foi, preocupado com a sua globalidade e com a complexidade dos problemas presentes que, concluído o mandato directivo, continuei a escrever em Rostos e no Jornal do Barreiro. Onde abordei questões como a necessidade de alterações estatutárias (“Por uma revisão dos Estatutos do FCB”, Jornal do Barreiro de 15 de Setembro de 2006), as possíveis consequências da nova Lei de Bases do Desporto (“Nova Lei de Bases do Desporto: será o FC Barreirense penalizado?”, Jornal do Barreiro de 10 de Novembro de 2006) e a urgência de reflectir e repensar o FCB (“Barreirense: que futuro?”, série de dez textos publicados no Jornal do Barreiro, entre 1 de Dezembro de 2006 e 2 de Fevereiro de 2007, e cujo conteúdo se reproduz, com alterações pontuais, no último capítulo deste livro).
Preocupado e triste, mas acreditando até ao limite das possibilidades matemáticas na fuga à despromoção da equipa sénior de futebol, apelei (Rostos, 10 de Março de 2007) à comparência de muitos adeptos, num jogo de enorme importância, que se disputaria um dia depois:
Amanhã, só a vitória!
A equipa de futebol do Barreirense desloca-se amanhã ao Pinhal Novo, para disputar no pequeno e velho ‘Santos Jorge’, uma partida de invulgar transcendência. Está em causa a permanência do Barreirense no terceiro escalão do futebol nacional, algo que poucos se atreveriam a vaticinar, no início da presente época desportiva.
Há cerca de dois anos foram muitos os que, numa bonita e soalheira tarde primaveril, se deslocaram àquela vila, na perspectiva da concretização da subida à Liga de Honra, mas que uma copiosa derrota adiou para o domingo seguinte. O momento era outro. De maior confiança e, também, de maior ilusão. Confiança na aproximação a um patamar competitivo mais consentâneo com o histórico do clube. Ilusão de que tínhamos, pelas boas graças de um Presidente e de uma Direcção, abnegada mas limitada, condições estruturais e financeiras para cumprir esse desiderato.
Hoje, sem que alterações de fundo, urgentes e inadiáveis, tenham sido encetadas no Barreirense, o mais emblemático clube da cidade debate-se com uma crise… imensa. Crise de resultados. Crise de identidade. Crise de projecto. Confesso que, no presente, a minha maior preocupação se centra nos dois últimos aspectos supracitados. Como, de forma simples e construtiva, séria e empenhada, pretendi reflectir num conjunto de dez artigos publicados recentemente no Jornal do Barreiro.
Apesar das divergências que me separam do modelo de concepção e gestão do Barreirense, tenho a noção de que uma eventual descida ao quarto escalão nacional, comportará mais prejuízos que virtudes.
Ao contrário de outros, felizmente poucos e insignificantes, não sou partidário do ‘quanto pior melhor’ e não adiro a práticas de ‘terra queimada’. Para esse peditório, não dou!
Não sou dos que apenas estão presentes nos momentos de vitória. Não sou dos que fogem às responsabilidades que as dificuldades e os desafios do presente (e do futuro) suscitam. Por isso…
Amanhã eu vou lá estar!
Com o meu cachecol, a minha voz e o meu coração.
Venha daí também!
Infelizmente, fomos muitos poucos (escassos duas dezenas de adeptos) os que nos deslocámos a um jogo quase decisivo, em que a nossa equipa, tristonha e receosa, comprometeu a sua permanência no terceiro escalão do futebol nacional.
Ainda assim, poucos dias depois, a propósito de uma boa jornada basquetebolística, insisti em palavras de encorajamento e esperança, dirigidas à equipa de futebol em vésperas de deslocação ao Algarve (Rostos 29 de Março de 2007):
Porque gosto de ti, Barreirense…
Noite fria e ventosa de quarta-feira, com futebol televisionado da nossa Selecção, alguma descrença pelo não apuramento para os playoff e resignação pela derrota nas meias-finais da Taça de Portugal, terão condicionado a mais baixa assistência da época no ‘Luís de Carvalho’, referente a um jogo da Liga UZO de Basquetebol. E foi pena!
Porque, num assomo de grande dignidade e numa demonstração inequívoca de talento, pudemos assistir esta noite, escassos oitenta indefectíveis, a uma exibição muito bem concebida e conseguida da jovem equipa do FC Barreirense, perante uma equipa do CAB Madeira, surpreendida e atordoada pelo ritmo, imaginação e alegria do adversário.
Quase no final de mais uma participação na Liga Profissional, sofrível e sofrida, em que 50% das derrotas foram-no por diferença pontual menor ou igual a seis pontos, o FC Barreirense foi esplendoroso na vontade, soberbo na descontracção, desconcertante, criativo e mágico em recorrentes momentos da partida.
Próximo de mim, Manuel Lopes, exultava com as assistências de António Pires e de Ricardo Gomes, com os triplos de Cody Toppert e de João Betinho Gomes, e com os afundanços plenos de vigor e beleza da nossa ‘jóia’ luso-caboverdiana. E deve ter pensado e desejado que, domingo próximo, em Messines, a equipa de futebol tenha em Carioca, Nuno Curto e nos demais, o saber, a inspiração e a excelência esta noite patenteados pela nossa equipa de basquetebol.
Força Barreirense!!!
Cumprir a palavra…
Penso ter ficado claro para os meus companheiros de Direcção, nas reuniões quinzenais, em conversas particulares e pela minha praxis que, embora tenha integrado os Órgãos Sociais do FCB como Vogal em representação da Secção de Basquetebol, sou, acima de tudo, um Barreirense. Amante de todas as modalidades, e muito em particular do futebol e do basquetebol.
E foi, preocupado com a sua globalidade e com a complexidade dos problemas presentes que, concluído o mandato directivo, continuei a escrever em Rostos e no Jornal do Barreiro. Onde abordei questões como a necessidade de alterações estatutárias (“Por uma revisão dos Estatutos do FCB”, Jornal do Barreiro de 15 de Setembro de 2006), as possíveis consequências da nova Lei de Bases do Desporto (“Nova Lei de Bases do Desporto: será o FC Barreirense penalizado?”, Jornal do Barreiro de 10 de Novembro de 2006) e a urgência de reflectir e repensar o FCB (“Barreirense: que futuro?”, série de dez textos publicados no Jornal do Barreiro, entre 1 de Dezembro de 2006 e 2 de Fevereiro de 2007, e cujo conteúdo se reproduz, com alterações pontuais, no último capítulo deste livro).
Preocupado e triste, mas acreditando até ao limite das possibilidades matemáticas na fuga à despromoção da equipa sénior de futebol, apelei (Rostos, 10 de Março de 2007) à comparência de muitos adeptos, num jogo de enorme importância, que se disputaria um dia depois:
Amanhã, só a vitória!
A equipa de futebol do Barreirense desloca-se amanhã ao Pinhal Novo, para disputar no pequeno e velho ‘Santos Jorge’, uma partida de invulgar transcendência. Está em causa a permanência do Barreirense no terceiro escalão do futebol nacional, algo que poucos se atreveriam a vaticinar, no início da presente época desportiva.
Há cerca de dois anos foram muitos os que, numa bonita e soalheira tarde primaveril, se deslocaram àquela vila, na perspectiva da concretização da subida à Liga de Honra, mas que uma copiosa derrota adiou para o domingo seguinte. O momento era outro. De maior confiança e, também, de maior ilusão. Confiança na aproximação a um patamar competitivo mais consentâneo com o histórico do clube. Ilusão de que tínhamos, pelas boas graças de um Presidente e de uma Direcção, abnegada mas limitada, condições estruturais e financeiras para cumprir esse desiderato.
Hoje, sem que alterações de fundo, urgentes e inadiáveis, tenham sido encetadas no Barreirense, o mais emblemático clube da cidade debate-se com uma crise… imensa. Crise de resultados. Crise de identidade. Crise de projecto. Confesso que, no presente, a minha maior preocupação se centra nos dois últimos aspectos supracitados. Como, de forma simples e construtiva, séria e empenhada, pretendi reflectir num conjunto de dez artigos publicados recentemente no Jornal do Barreiro.
Apesar das divergências que me separam do modelo de concepção e gestão do Barreirense, tenho a noção de que uma eventual descida ao quarto escalão nacional, comportará mais prejuízos que virtudes.
Ao contrário de outros, felizmente poucos e insignificantes, não sou partidário do ‘quanto pior melhor’ e não adiro a práticas de ‘terra queimada’. Para esse peditório, não dou!
Não sou dos que apenas estão presentes nos momentos de vitória. Não sou dos que fogem às responsabilidades que as dificuldades e os desafios do presente (e do futuro) suscitam. Por isso…
Amanhã eu vou lá estar!
Com o meu cachecol, a minha voz e o meu coração.
Venha daí também!
Infelizmente, fomos muitos poucos (escassos duas dezenas de adeptos) os que nos deslocámos a um jogo quase decisivo, em que a nossa equipa, tristonha e receosa, comprometeu a sua permanência no terceiro escalão do futebol nacional.
Ainda assim, poucos dias depois, a propósito de uma boa jornada basquetebolística, insisti em palavras de encorajamento e esperança, dirigidas à equipa de futebol em vésperas de deslocação ao Algarve (Rostos 29 de Março de 2007):
Porque gosto de ti, Barreirense…
Noite fria e ventosa de quarta-feira, com futebol televisionado da nossa Selecção, alguma descrença pelo não apuramento para os playoff e resignação pela derrota nas meias-finais da Taça de Portugal, terão condicionado a mais baixa assistência da época no ‘Luís de Carvalho’, referente a um jogo da Liga UZO de Basquetebol. E foi pena!
Porque, num assomo de grande dignidade e numa demonstração inequívoca de talento, pudemos assistir esta noite, escassos oitenta indefectíveis, a uma exibição muito bem concebida e conseguida da jovem equipa do FC Barreirense, perante uma equipa do CAB Madeira, surpreendida e atordoada pelo ritmo, imaginação e alegria do adversário.
Quase no final de mais uma participação na Liga Profissional, sofrível e sofrida, em que 50% das derrotas foram-no por diferença pontual menor ou igual a seis pontos, o FC Barreirense foi esplendoroso na vontade, soberbo na descontracção, desconcertante, criativo e mágico em recorrentes momentos da partida.
Próximo de mim, Manuel Lopes, exultava com as assistências de António Pires e de Ricardo Gomes, com os triplos de Cody Toppert e de João Betinho Gomes, e com os afundanços plenos de vigor e beleza da nossa ‘jóia’ luso-caboverdiana. E deve ter pensado e desejado que, domingo próximo, em Messines, a equipa de futebol tenha em Carioca, Nuno Curto e nos demais, o saber, a inspiração e a excelência esta noite patenteados pela nossa equipa de basquetebol.
Força Barreirense!!!
[Excerto do Capítulo II - Servir
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)