Campeões
Cinco dias depois do 13 de Maio de 1957, o FCB sagrou-se Campeão Nacional de Basquetebol. Depois de vencer o Torneio de Abertura da Associação de Basquetebol de Setúbal, o FCB participou no 25º Campeonato Nacional da I Divisão. A prova, iniciada a 2 de Fevereiro e concluída em 25 de Maio de 1957, foi disputada por oito equipas: FCB, Sporting, Académica de Coimbra, Benfica, FC Porto, CUF, Sanjoanense e Vasco da Gama. Com onze vitórias, dois empates (Académica e FC Porto) e uma derrota (Sporting), o FCB obteve o seu primeiro título nacional sénior, tendo nas catorze partidas averbado 840 pontos e sofrido 580. Em 18 de Maio, a vitória caseira sobre o Vasco da Gama (Porto) na penúltima jornada, determinara desde logo a nossa inesquecível proeza.
O Barreirense é Campeão Nacional da I Divisão
Pode já festejar-se como acontecimento digno de todo o relevo, a conquista do Campeonato Nacional de Basquetebol da I Divisão, pelo Barreirense, a uma jornada ainda do seu termo. É mais um título nacional que o desporto barreirense se orgulha registar na sua história, este alcançado pelo popular clube da nossa terra, justo prémio do seu esforçado labor em prol da modalidade, e merecido galardão à classe dos seus jogadores que formam actualmente a melhor equipa de todos os clubes nacionais.
Está de parabéns o Barreirense, e em festa o Barreiro desportivo. A jornada de consagração, a última, não se realiza no Barreiro e é pena que tenha lugar na distante vila de S. João da Madeira, no sábado, mas de qualquer forma os valorosos basquetebolistas rubro brancos, terão a merecida apoteose no seio do seu ambiente associativo.
(Alfredo Zarcos, Jornal do Barreiro, 23 de Maio de 1957)
Foram atletas campeões:
Albino Macedo (27 anos, 1.70m) • Alfredo Guilherme (18 anos, 1.82m) • Armando Soeiro (19 anos, 1.72m) • Augusto Rosa (18 anos, 1.70m) • Eduardo Nunes (22 anos, 1.79m) • Eugénio Gabriel (24 anos, 1.84m) • José Macedo (20 anos, 1.71m) • José Valente (24 anos, 1.89m) • José Vicente (19 anos, 1.93m) • Manuel Clímaco (26 anos, 1.78m) • Manuel Ferreira (21 anos, 1.81m) • Manuel Pereira (21anos, 1.77m) • Narciso Ribeiro (27 anos, 1.84m) • Sérgio Bravo (19 anos, 1.73m).
Natural de Estremoz, Narciso Ribeiro, era o único ‘não-Barreirense’ por nascimento. Era uma equipa muito jovem (média de 21.7 anos), com altura média de 1.79m e apenas um atleta acima de 1.90m. Em 1981/1982, 25 anos depois, a equipa era ainda jovem (média de 22.9 anos) mas com uma estatura média mais elevada (1.87m), embora sem qualquer atleta com mais de 2m de altura. E 50 anos mais tarde (2006/2007) permanecia jovem (média de 21.0 anos), e mais alta (1.97m de estatura média), com 6 atletas acima dos 2 metros.
A imprensa dedicou particular atenção ao feito da colectividade da margem sul. A Bola de 20 de Maio noticiou “Título garantido para o Barreirense a uma jornada do final do CN 56/57” e, na edição de 25 de Maio, apresentou a foto da equipa na primeira página, com a legenda “Campeões” e dedicou toda a oitava (última) página ao acontecimento, com entrevista a José Godinho (treinador), apresentação dos campeões e um texto de análise “Recinto coberto – factor decisivo da vitória”.
O Jornal do Barreiro de 30 de Maio de 1957 transcreveu excertos de algumas das intervenções pronunciadas a 26 de Maio de 1957, na recepção que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal do Barreiro. Ulisses Ricardo da Silva, Vice-Presidente do FCB, destacou o facto de “se tratar de um grupo de rapazes genuína e verdadeiramente amadores, o que muito mais realça o triunfo alcançado, se recordar que todas ou quase todas as outras equipas eram constituídas por profissionais do basquetebol”. Disse ainda que “constituía um forte motivo de orgulho para o F. C. Barreirense e para o Barreiro, o título, agora conseguido, o qual, passará, também a ser um belo cartaz de propaganda do desporto local”. Na ausência do Presidente da Câmara, José Alfredo Garcia, o Vice-Presidente Vítor Adragão, afirmou “sentir grande contentamento por esta tão magnífica vitória conseguida por um grupo de rapazes, autênticos desportistas na verdadeira acepção da palavra, pois que sempre deram o seu esforço e o melhor da sua energia, sem nunca terem em vista qualquer espécie de interesse material”. A terminar, o orador disse que “o Barreirense era um dos grandes clubes de Portugal, pois que, apenas por puro amadorismo e com um alto sentido do que é o verdadeiro amor clubista, conseguiram os seus jogadores, tão brilhante e invejável triunfo”.
Cinco dias depois do 13 de Maio de 1957, o FCB sagrou-se Campeão Nacional de Basquetebol. Depois de vencer o Torneio de Abertura da Associação de Basquetebol de Setúbal, o FCB participou no 25º Campeonato Nacional da I Divisão. A prova, iniciada a 2 de Fevereiro e concluída em 25 de Maio de 1957, foi disputada por oito equipas: FCB, Sporting, Académica de Coimbra, Benfica, FC Porto, CUF, Sanjoanense e Vasco da Gama. Com onze vitórias, dois empates (Académica e FC Porto) e uma derrota (Sporting), o FCB obteve o seu primeiro título nacional sénior, tendo nas catorze partidas averbado 840 pontos e sofrido 580. Em 18 de Maio, a vitória caseira sobre o Vasco da Gama (Porto) na penúltima jornada, determinara desde logo a nossa inesquecível proeza.
O Barreirense é Campeão Nacional da I Divisão
Pode já festejar-se como acontecimento digno de todo o relevo, a conquista do Campeonato Nacional de Basquetebol da I Divisão, pelo Barreirense, a uma jornada ainda do seu termo. É mais um título nacional que o desporto barreirense se orgulha registar na sua história, este alcançado pelo popular clube da nossa terra, justo prémio do seu esforçado labor em prol da modalidade, e merecido galardão à classe dos seus jogadores que formam actualmente a melhor equipa de todos os clubes nacionais.
Está de parabéns o Barreirense, e em festa o Barreiro desportivo. A jornada de consagração, a última, não se realiza no Barreiro e é pena que tenha lugar na distante vila de S. João da Madeira, no sábado, mas de qualquer forma os valorosos basquetebolistas rubro brancos, terão a merecida apoteose no seio do seu ambiente associativo.
(Alfredo Zarcos, Jornal do Barreiro, 23 de Maio de 1957)
Foram atletas campeões:
Albino Macedo (27 anos, 1.70m) • Alfredo Guilherme (18 anos, 1.82m) • Armando Soeiro (19 anos, 1.72m) • Augusto Rosa (18 anos, 1.70m) • Eduardo Nunes (22 anos, 1.79m) • Eugénio Gabriel (24 anos, 1.84m) • José Macedo (20 anos, 1.71m) • José Valente (24 anos, 1.89m) • José Vicente (19 anos, 1.93m) • Manuel Clímaco (26 anos, 1.78m) • Manuel Ferreira (21 anos, 1.81m) • Manuel Pereira (21anos, 1.77m) • Narciso Ribeiro (27 anos, 1.84m) • Sérgio Bravo (19 anos, 1.73m).
Natural de Estremoz, Narciso Ribeiro, era o único ‘não-Barreirense’ por nascimento. Era uma equipa muito jovem (média de 21.7 anos), com altura média de 1.79m e apenas um atleta acima de 1.90m. Em 1981/1982, 25 anos depois, a equipa era ainda jovem (média de 22.9 anos) mas com uma estatura média mais elevada (1.87m), embora sem qualquer atleta com mais de 2m de altura. E 50 anos mais tarde (2006/2007) permanecia jovem (média de 21.0 anos), e mais alta (1.97m de estatura média), com 6 atletas acima dos 2 metros.
A imprensa dedicou particular atenção ao feito da colectividade da margem sul. A Bola de 20 de Maio noticiou “Título garantido para o Barreirense a uma jornada do final do CN 56/57” e, na edição de 25 de Maio, apresentou a foto da equipa na primeira página, com a legenda “Campeões” e dedicou toda a oitava (última) página ao acontecimento, com entrevista a José Godinho (treinador), apresentação dos campeões e um texto de análise “Recinto coberto – factor decisivo da vitória”.
O Jornal do Barreiro de 30 de Maio de 1957 transcreveu excertos de algumas das intervenções pronunciadas a 26 de Maio de 1957, na recepção que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal do Barreiro. Ulisses Ricardo da Silva, Vice-Presidente do FCB, destacou o facto de “se tratar de um grupo de rapazes genuína e verdadeiramente amadores, o que muito mais realça o triunfo alcançado, se recordar que todas ou quase todas as outras equipas eram constituídas por profissionais do basquetebol”. Disse ainda que “constituía um forte motivo de orgulho para o F. C. Barreirense e para o Barreiro, o título, agora conseguido, o qual, passará, também a ser um belo cartaz de propaganda do desporto local”. Na ausência do Presidente da Câmara, José Alfredo Garcia, o Vice-Presidente Vítor Adragão, afirmou “sentir grande contentamento por esta tão magnífica vitória conseguida por um grupo de rapazes, autênticos desportistas na verdadeira acepção da palavra, pois que sempre deram o seu esforço e o melhor da sua energia, sem nunca terem em vista qualquer espécie de interesse material”. A terminar, o orador disse que “o Barreirense era um dos grandes clubes de Portugal, pois que, apenas por puro amadorismo e com um alto sentido do que é o verdadeiro amor clubista, conseguiram os seus jogadores, tão brilhante e invejável triunfo”.
Ano de excelência
Eliminando sucessivamente a Mundet, Atlético, Sporting e Académica de Coimbra, o FCB apurou-se para a final da 8ª Taça de Portugal em basquetebol. O derradeiro desafio, que colocou frente a frente FCB e Belenenses (Campeão Nacional da II Divisão), foi presenciado por numerosa assistência que lotou o Campo de S. Bento, em Lisboa, na noite de 29 de Junho de 1957. O FCB ganhou por 58-54, obtendo a primeira das 6 Taças de Portugal que alberga no seu historial. No final do prélio, Carvalho Pinto, Presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, entregou a taça e as medalhas, perante a alegria dos 600 Barreirenses que se deslocaram a Lisboa, e que presentearam os vencedores com serpentinas e fogo de artifício. Era noite de S. Pedro!
Esta vitória culminou uma “época de ouro, brilhantíssima, para o popular clube local” (Alfredo Zarcos, Jornal do Barreiro de 4 de Julho de 1957), uma vez que para além dos dois triunfos atrás citados, o FCB obteve nessa temporada os títulos regionais de juniores e infantis (os dois escalões existentes à época) e veio a sagrar-se Campeão Nacional de Juniores. Na final desta prova, disputada em Almada, a 9 de Junho de 1957, o FCB derrotou o Vasco da Gama por 44-34.
Estes magníficos resultados, não estiveram certamente desligados do trabalho sério, profundo e competente, que dirigentes e técnicos do clube vinham realizando de há vários anos a essa parte. Mas foi óbvia a influência estimulante e catalizadora que a construção do Ginásio-Sede teve na qualidade e dinâmica entretanto alcançadas.
A temporada desportiva de 1956/1957 foi também muito positiva na área do futebol. Já vimos atrás que o clube alcançou as meias-finais da Taça de Portugal, eliminatória perdida para o Benfica. Refira-se, por curiosidade, que por três vezes o FCB alcançou as meias-finais da Taça de Portugal, e em todas foi eliminado pelo clube da águia. No campeonato nacional, o FCB alcançou o 11º lugar, com um final muito sofrido, após uma boa primeira volta. Embora sem repetir o excelente 6º lugar da época anterior, a manutenção no escalão principal foi alcançada.
Um ano depois
A época de basquetebol de 1957/1958 também decorreu muito favoravelmente. Para além do Torneio de Preparação da Associação de Basquetebol de Setúbal, o FCB conquistou mais um Campeonato de Setúbal, proeza que desde a fundação da Associação de Basquetebol de Setúbal em 1943, apenas não obtivera nas temporadas de 1944/1945, 1946/1947 e 1947/1948.
Apurado para o Campeonato Nacional, o FCB alcançou o 2º lugar na primeira fase (Zona Sul - 6 equipas). Na segunda fase, participaram as equipas do Sporting, FCB e Belenenses (Sul), Conimbricense, FC Porto e Académica de Coimbra (Norte). Na penúltima jornada, um empate em Lisboa, frente ao Sporting, teria sido suficiente para a revalidação do título nacional sénior. Mas uma arbitragem muito criticada pelos Barreirenses e que veio a merecer um protesto (indeferido), adiou a decisão para a derradeira jornada. Com efeito, um grave erro técnico da equipa de arbitragem que se deslocara de Coimbra, terá impedido nos últimos segundos da partida a validação de um cesto legalmente convertido por Jorge Silva, e que empataria o resultado a 49 pontos. Alfredo Zarcos fez-se eco da indignação ‘alvi-rubra’ num texto muito emotivo, publicado no Jornal do Barreiro de 19 de Junho de 1958, de que se transcreve um excerto:
Uma condenável arbitragem opôs-se ao merecido êxito dos barreirenses
Esta partida Sporting-Barreirense de tão grande transcendência para a conquista do título em disputa, foi mais uma lamentável e triste demonstração de como, no nosso meio desportivo, se continuam a praticar as mais flagrantes injustiças, e os mais clamorosos atropelos ao que devia ser, as tão invocadas ética e normas do desporto.
Continua-se a favorecer por todos os processos, três ou quatro clubes, os considerados ‘grandes’ que têm de ganhar sempre, em prejuízo de todos os outros, como se estes não fossem também portugueses, constituídos por filhos desta nossa querida Pátria.
Tudo se decidiria na última jornada. O FCB necessitava de ganhar no seu reduto ao Conimbricense, e aguardar pela derrota do Sporting em Coimbra. Assim foi!
Albino Macedo, Eduardo Azevedo, Eduardo Nunes, Eduardo Quaresma, Jorge Silva, José Macedo, José Valente, José Vicente, Manuel Clímaco e Manuel Ferreira, foram os atletas do 2º título de Campeão Nacional de basquetebol sénior. José Godinho voltou a ser o responsável técnico do ‘bi’, dando sequência ao admirável trabalho de Martiniano Domingues, e revolucionando tacticamente o jogo em Portugal, pela adopção de defesa hxh [defesa individual, homem a homem].
A Bola de 30 de Junho de 1958 destacou o acontecimento, titulando em primeira página: “O Barreirense revalidou o título!”.
O bi-campeonato alcançado pelo FCB não terá merecido da parte dos Barreirenses, a onda de júbilo e entusiasmo que, um ano antes, percorrera o Concelho. O que foi comentado por Alfredo Zarcos, no Jornal do Barreiro de 24 de Julho de 1958, nos seguintes termos:
Em muitas terras, o facto [Barreirense bicampeão] constituiria motivo para largas exteriorizações de júbilo, às quais se associariam as entidades administrativas locais, dando a sua chancela oficial a um acontecimento de larga repercussão, servindo de elemento de propaganda e de valorização de uma terra e de um povo. Mas entre nós, estas coisas processam-se com a maior simplicidade. Aceitam-se como coisa naturalíssima. Sem festa, sem reconhecimento oficial, sem mais nada. Isto, talvez porque o Barreiro, em desporto, esteja acostumado a ganhar; a ver os seus atletas a vencer, a marcar sempre entre os melhores do País e daí, o não terem os títulos conquistados o sabor do ineditismo, e serem recebidos sem o alvoroço da novidade. (...)
Todavia, a proeza da conquista de um título nacional, é sempre acontecimento de transcendente acuidade. Grita o nome de uma terra, o valor de um clube, a categoria de uma turma.
Ao perder (49-40) a final disputada em Coimbra, em 31 de Julho de 1958, frente à Associação Académica de Coimbra, o FCB não renovou a vitória na Taça de Portugal, mas tal facto não empalideceu a excelência da época percorrida.
No futebol, o clube melhorou significativamente a prestação em relação à temporada transacta: obteve um magnífico 7º lugar no Campeonato Nacional da I Divisão e foi semi-finalista da Taça de Portugal.
[Extracto do Capítulo I - Nascer e Crescer
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)