quinta-feira, outubro 30, 2008

Pois canté!


FMI - Partes I e II

(Escrito em 1979; divulgado em 1982)

Pois é!
À noitinha haverá mais José Mário Branco. Em Lisboa.
O mesmo de sempre. Anteciparão alguns. Não penso assim.
O homem de Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (1971) não é - não pode ser - o mesmo de FMI (1982), de Resistir é vencer (2004), ou de mais logo.
Já o escrevi, noutro tempo e noutro local. José Mário Branco desperta-me sensações muito especiais sempre que o oiço - ao vivo ou em disco. É um prazer sublime.
Considero-o genial. Genial, sim.
Admito que exagero. Mas deixem-me exprimir, neste espaço - que é meu, mas também nosso - o que sinto. De há muito.
O José Mário Branco que escreveu na Voz do Povo e no 25 de Abril do Povo, que li e ouvi em entrevistas esparsas mas inesquecíveis, é um ser diferente.
José Mário Branco é inteligentíssimo.
José Mário Branco é cultíssimo.
José Mário Branco é irreverentíssimo.
Um homem de outro tempo, que não este. De outro planeta, que não o nosso.
Talvez por isso tão rebelde. Tão contra-corrente. Tão marginal. Tão solit(d)ário.
O meu percurso apenas acidentalmente lhe foi tangencial. Não nos liga qualquer similitude ou convergência ideológica ou doutrinária.
Mas não posso negar. José Mário Branco não me é indiferente. Muito pelo contrário.
Não fico nada zangado por ele ser como é. Aliás, quero que continue a ser como é. JOSÉ MÁRIO BRANCO.