sexta-feira, novembro 07, 2008

MECinho

É claro que não já não é o MEC de outros tempos. Como nenhum de nós o é. Não pelos cabelos brancos que entretanto proliferaram. Mas pelas transformações que se adivinham da leitura das duas magníficas entrevistas que recentemente protagonizou.
Miguel Esteves Cardoso abriu-se neste início de Novembro à Sabado e à Ler. E em ambas, mas em contextos diferentes e com objectivos distintos, expõe-se o personagem solitário e obsessivo do passado, mas também o escritor e intelectual amadurecido e mais tolerante do presente. E, nas palavras de Carlos Vaz Marques - entrevistador de serviço na revista dirigida por Francisco José Viegas - "mais cauteloso e menos cruel".
As drogas são agora supérfluas. O álcool mais acessório.
Continua a devorar livros, jornais e revistas. Mas com enorme selectividade. A seu gosto. Como deve ser...
Permanece compulsivo na escrita. "Posso escrever durante muito, muito tempo. Durante 30 ou 40 horas"...
Respeita Saramago e Lobo Antunes. Mas apenas ama Agustina - "um génio"...
Eu, que nunca senti grande atracção pelo MEC, gostei agora de o reencontrar. Porque será?