domingo, novembro 16, 2008

Rigor e transparência


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A Comissão Pró Pavilhão do Futebol Clube Barreirense (FCB), doravante designada COMISSÃO, legitimada na Assembleia-Geral Extraordinária de 30 de Setembro, tem a noção precisa dos espinhos que encontrará para concretizar um grande objectivo dos Barreirenses – antigo e sucessivamente adiado – a construção de um Pavilhão Desportivo Polivalente.

O financiamento do Pavilhão será seguramente uma tarefa hercúlea, não isenta de enormes dificuldades e porventura de alguns revezes. Mas a verdade é que a História do FCB se construiu através de um estado permanente de superação e da transposição recorrente de obstáculos de maior ou menor dimensão.

Quando em 2004 um grupo de associados do FCB salvaguardou a continuidade da equipa sénior na Liga Profissional de Basquetebol estava curiosamente a lançar-se a “primeira pedra” do futuro Pavilhão.
A permanência de João “Betinho” Gomes no FCB e a contínua demonstração de qualidade que foi evidenciando chamaram a atenção do seu inegável valor para diversos “olheiros”. João “Betinho” Gomes esteve perto de ingressar na NBA – a melhor liga mundial – mas veio a transferir-se para Espanha na época passada, primeiro para o Cantábria (Santander) e depois para o Breogan (Lugo).
O FCB arrecadou então cerca de 175.000 euros – a transferência mais vultuosa de sempre de um basquetebolista português para o estrangeiro. Essa substancial verba foi desde logo canalizada para uma conta bancária destinada a financiar a construção do Pavilhão e aberta expressamente para esse efeito pelos responsáveis da Secção de Basquetebol e com a anuência do presidente de Direcção, Manuel Lopes.

A cativação daquela verba para um objectivo tão nobre é uma prova clara e inequívoca do sentido de responsabilidade dos dirigentes do FCB. Que a COMISSÃO pretende reproduzir. Que a COMISSÃO promete prosseguir.

Um segundo contributo financeiro para a construção do Pavilhão decorrerá da entrega pela Direcção do FCB à COMISSÃO de uma verba resultante da venda de parte do património do FCB, concretizada em 2005. O seu valor deverá acender a cerca de 1.250.000 euros.
A concretização deste afluxo monetário, em espaço temporalmente favorável, dependerá em parte, como é fácil de entender, da evolução da presente e gravosa conjuntura financeira do país, esperando-se ainda que a dinâmica criada pelo Fórum Barreiro e a projectada Ponte Barreiro-Chelas se constituam como importantes propulsores do desenvolvimento do Barreiro, e neste particular, na área do imobiliário e em particular na área do antigo Estádio D. Manuel de Mello, onde a COMISSÃO terá a propriedade de 621m2 de obra edificada ou ao seu equivalente em dinheiro.

Significa isto que a COMISSÃO conta desde já com uma projecção inicial de cerca de 1.425.000 euros de capital próprio. O que representa um valor significativo. E um bom ponto de partida.

Por outro lado, é propósito da COMISSÃO concretizar uma candidatura ao QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional). O que implicará a elaboração de um dossier muito exigente, bem estruturado e melhor fundamentado. A COMISSÃO julga ter massa crítica capaz de assumir tão importante desafio. E conta, obviamente, com outros contributos externos.

A Câmara Municipal do Barreiro não poderá nem deverá ficar alheada deste processo. Será certamente parte da solução dos vários problemas que inevitavelmente atravessarão o nosso percurso.
Em Janeiro de 2007 publiquei o texto de opinião “A Autarquia e Nós” no Jornal do Barreiro, mais tarde inserido no livro PROVA DeVIDA, e de que julgo oportuno aqui reproduzir um excerto:
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"... Mas é igualmente necessário que todas, ou pelo menos as principais forças políticas, assumam uma posição clara e coerente a propósito dos objectivos e limites do apoio aos clubes desportivos do Barreiro. Pulverizar um bolo financeiro cada vez mais pequeno por uma miríade de clubes de dimensão, capacidade e eficácia muito distintas, pode ser a cada momento uma forma politicamente correcta de actuar. Mas a política, séria e responsável, impõe escolhas e opções, corajosas e nem sempre fáceis. Escolhas e opções que deverão decorrer de uma análise adequada dos projectos apresentados e de uma avaliação criteriosa da sua exequibilidade. E, nos casos seleccionados, com controlo e fiscalização exigentes da sua aplicação e concretização. Deverá ser assim. Será que foi sempre assim?
Pelo seu curriculum vitae o FCB tem feito jus aos apoios reivindicados e obtidos da autarquia. Os dirigentes e os associados aspiram naturalmente a mais e melhores contributos, sabendo obviamente reconhecer as dificuldades financeiras presentes e o mérito de alguns outros projectos desportivos. Com mais ou menos slogan – Barreiro Cidade Desportiva, Barreiro Cidade da Participação – impõe-se a celebração de Contratos-Programa justos, racionais e exigentes, entre a autarquia e o FCB, com observância absoluta dos requisitos contemplados na Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto (Artigo 47º).
O FCB é, sem margem para dúvidas, o clube mais representativo do Concelho e, nessa conformidade, assume uma legítima vontade de que os eleitos autárquicos correspondam de forma clara e consequente a direitos e deveres, consignados na Constituição da República. É esta argumentação que o clube deve esgrimir. É esta responsabilidade que a Câmara Municipal do Barreiro tem de assumir. Pelo Desporto e pelo Barreiro!"

Como expressei no texto publicado em Rostos no passado dia 9, é hoje impensável reproduzir todo o maravilhoso processo de participação dos associados Barreirenses que deram corpo e alma à construção do Ginásio-Sede. O que não significa – de forma alguma! – que os Barreirenses fiquem alheados, distantes, passivos, nesta fase inicial e, mais tarde, no momento da efectiva construção do Pavilhão.
A COMISSÃO constituiu-se porque, como sempre acontece nestas circunstâncias, “alguém tem de dar o primeiro passo” e “chegar-se à frente”.
Mas todas as ideias, todas as disponibilidades, todos os contributos – inclusivé financeiros – são e serão bem vindos… desde já.
A COMISSÃO julga conhecer o caminho a percorrer, mas também reconhece que não é a proprietária exclusiva do saber e da verdade. Quer ouvir, apreciar, dialogar, compreender para… melhor decidir.

Numa fase evolutiva mais avançada será importante atrair entidades privadas para este projecto. Deverão ser constituídas parcerias que dêem sustentabilidade económico-financeira ao futuro Pavilhão de Desportos Barreirense. Voltaremos certamente a falar deste aspecto dentro de alguns meses.

A pergunta é legítima:
- qual o orçamento previsto para o Pavilhão?
Mas a resposta é, todavia, ainda prematura.
Desde logo porque o terreno de implantação ainda não está definido. E esse pequeno/grande pormenor é decisivo para todo o projecto subsequente.
É por isso que essa tem sido – para além das questões organizativas internas preliminares e da definição de uma estratégia de comunicação e imagem – a vertente mais importante e prioritária da actividade da COMISSÃO.

Os associados e adeptos Barreirenses poderão estar confiantes e tranquilos.
A COMISSÃO tem actuado – e assim continuará a acontecer – com todo o entusiasmo, rigor e transparência.
Foi esse compromisso que assumimos em Assembleia-Geral, consubstanciado num Regulamento aprovado por expressiva maioria e num Manifesto que será divulgado proximamente.
Foi esse compromisso que assumimos alicerçado na vontade indómita de Servir o Desporto, o Barreirense e o Barreiro.
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[DESPORTO À PORTUGUESA, www.rostos.pt]