sábado, novembro 22, 2008

Um apelo. Um desafio









No exterior de uma renomada loja de material de desporto do recém-inaugurado Fórum Barreiro, pode avistar-se uma interessante e apelativa reprodução de uma das equipas de basquetebol sénior do Barreirense que alcançou uma Taça de Portugal. Em pé, no extremo direito dessa imagem, está o antigo dirigente Chico Zé.
Conheci o Chico Zé pessoalmente, mas de forma muito superficial. E, apesar de à época acompanhar regularmente as prestações das equipas do Barreirense, não estava por dentro da realidade da Secção de Basquetebol, nem dedicava particular interesse ou importância aos méritos e às aptidões dos dirigentes que se sucediam na enorme e difícil responsabilidade de manter bem alto a tradição e a qualidade da modalidade no clube.
Mas habituei-me a ouvir de diversas proveniências a informação de que o Chico Zé foi um grande dirigente, com uma invulgar dedicação e empenhamento. Ouvi por várias vezes o Arqº Carlos Pires afirmar que o Chico Zé não perdia um momento, uma oportunidade, para “vender” a marca Barreirense, somar um parceiro ou patrocinador publicitário, atrair mais um adepto para uma ajuda individual.

Dirigentes com aquela têmpera e convicção não abundam. E, eu, que assumi funções directivas durante “apenas” dois anos, sei bem a exigência e a responsabilidade necessárias, o esforço e o sacrifício solicitados, as alegrias mas também as desilusões acumuladas.
Felizmente que antes e depois de Chico Zé houve sempre um punhado de homens que manteve acesa a chama do basquetebol no Barreirense.
Foi assim que milhares de jovens, ao longo de tantos e tantos anos, usufruíram da possibilidade de praticar uma modalidade histórica do Barreiro, fortaleceram laços de amizade com companheiros, treinadores, seccionistas e outros membros, cresceram como cidadãos e adquiriram indispensáveis e salutares hábitos de conduta, solidariedade, disciplina.
Muitos deles são hoje pais, alguns avós, encarregados de educação, educadores. Reconhecem, porventura, justeza nas minhas palavras.
Na última década, a vertente competitiva do basquetebol no Barreirense adquiriu alguns contornos particulares, com o recrutamento de jovens oriundos de outros concelhos (e mesmo de África). Com manifesta melhoria dos resultados desportivos – quase vinte títulos nacionais alcançados neste período. Esta realidade estimulou a difusão e a atractividade da modalidade pelo tecido escolar do concelho, sem coarctar de forma excessiva a afirmação competitiva dos jovens naturais do Barreiro.

Hoje, o espaço disponível para a aprendizagem, o treino e a competição do basquetebol de formação no Barreirense é claramente limitado e deficitário, claramente desproporcionado às necessidades. Disperso pelo “velho” Ginásio-Sede e por ginásios ou pavilhões escolares com apetrechamentos nem sempre adequados às exigências.
A construção de um Pavilhão Desportivo Polivalente, propriedade do Barreirense, permitirá colmatar estas dificuldades. Será então possível proporcionar condições mais adequadas a um número ainda maior de “Bambis” e jovens do “Minibasket”. E os atletas dos escalões competitivos – “sub-14” a “sub-20” – beneficiarão da possibilidade de disporem de um espaço único para treino e competição e com maior número de horas semanais de exercício da modalidade.
Os pais – de hoje e de ontem – conhecem esta realidade.
É para Eles que hoje me dirijo. Dêem a vossa opinião, manifestem que estão solidários na nossa ambição, juntem-se a nós com ideias, propostas, contributos. E, se for caso disso, contradigam-nos, polemizem, exerçam a saudável e estimulante prática do contraditório. Neste e noutros espaços comunicacionais. Mas não fiquem calados. Por favor…


[DESPORTO À PORTUGUESA, www.rostos.pt]