quarta-feira, novembro 12, 2008

Inflexibilidade

“É preciso saber ouvir e dialogar. É preciso perceber que, mesmo que se tenha uma parte da razão, não é possível ter a razão toda contra tudo e contra todos. Tal não é possível em Democracia”.

Estas palavras escritas por Manuel Alegre no Editorial do nº 2 (Novembro de 2008) da ops! - revista de opinião socialista - a propósito do diferendo entre o Ministério da Educação e os Sindicatos de Professores, têm um evidente significado e manifesta oportunidade. Mas valem, como é fácil de perceber, para ambas as partes. Nenhuma delas é certamente dona da verdade. Nem seria plausível que assim fosse…
Digladiam-se uma Ministra - particularmente obstinada e entrincheirada nas suas posições - e uma Direcção da Fenprof, entre outros sindicatos - a quem a radicalização do conflito parece servir às mil maravilhas os objectivos partidários do seu líder.
Chegados a este ponto de divergência, conflitualidade e intolerância, parecem faltar espaço e vontade para o diálogo e a concertação.
Então…
Admito que Maria de Lurdes Rodrigues não se deverá “aguentar” por muito mais tempo – pese embora as declarações mais recentes de José Sócrates, após a grandiosa manifestação de sábado.
E…
Receio que o próximo-futuro ministro(a) voltará a ser “martirizado” por uma elite sindical a quem não se reconheço competência nem vontade para distinguir os supremos interesses da Educação dos interesses mais mesquinhos e repugnantes da disputa partidária - necessária em Democracia, mas não necessariamente da forma como a conhecemos hoje.