sábado, novembro 01, 2008

Dez anos, cinco meses

She´s dead.

1 de Junho 1998.
1 de Novembro 2008.

Partiu.
Mas estará connosco.
Para sempre.


"Em época de finados, período de memória e reserva, de saudade e dor, compreende-se que uma única questão não nos saia da cabeça: porque é que os nossos cemitérios são tão feios?
Chamar-lhes feios é, aliás, um acto de generosidade. Julgo que a palavra é “medonhos”. Talvez seja das semelhanças com o estacionamento de um “shopping”. Ou dos muros estucados que parecem delimitar os estádios típicos da “Liga dos Últimos”. Ou das lápides em mármore preta e brilhante, aparentemente arrancadas de uma latrina “moderna”. Ou do extravagante aspecto das lápides, com aquelas letras em chapa dourada que ficariam melhor a dizer “Vivenda Faty” do que “Recordação da esposa e cunhados”. Ou da quinquilharia depositada sobre as lápides. No fundo, tudo ajuda."

(Alberto Gonçalves, Revista Sábado, 30 de Outubro de 2008)

Muito oportunas e verdadeiras as palavras do sociólogo Alberto Gonçalves.
Os nossos cemitérios são - é claro que com honrosas excepções - lugares de um inaceitável mau gosto.
Deve ser algo de depreciativo assumir esse pelouro nos executivos autárquicos.
Parece até que é, por vezes, destinado à oposição, quando umas migalhas de poder são distribuídas pelos disponíveis.
Os bons exemplos que nos chegam lá de fora - e que alguns já conheceram in loco e outros pela televisão e pelo cinema - são aqui desoladoramente esparsos, em número e na sua dimensão física.
Temos pena!